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Thiago Brennand é encaminhado a centro de detenção após audiência em SP

Tiago Minervino

Colaboração para o UOL, em São Paulo

30/04/2023 04h00

O empresário Thiago Brennand passou por audiência de custódia e teve a prisão preventiva mantida, no fim da manhã de hoje, no Fórum Criminal da Barra Funda, na zona oeste de São Paulo, após ser trazido ao Brasil e passar a noite na carceragem da Polícia Federal, na Lapa. A defesa do acusado decidiu não se manifestar.

O que aconteceu

Brennand deixou, algemado, às 11h40, o fórum, em um carro da Polícia Federal, onde chegou por volta das 9h10. Os vidros estavam levantados e o empresário colocou folhas de papel para obstruir a visão de fotógrafos que se aproximaram.

O empresário foi conduzido no banco de trás da viatura da PF e não desceu do carro à vista da imprensa, diferentemente de outros presos que esperavam audiência hoje no mesmo fórum e chegaram conduzidos no porta-malas dos veículos de polícia. Ele nega todas as acusações. A defesa dele, representada pelo advogado Alexandre Queiroz, se limitou a dizer que: "importância é dar assistência ao Thiago, entender o que está acontecendo".

Após a audiência, conduzida pelo juiz Orlando Gonçalves de Castro Neto, ele está sendo encaminhado ao CDP (Centro de Detenção Provisória) 1 de Pinheiros, para onde são enviados presos por crimes sexuais. Na ocasião, segundo o TJ, foi analisada "apenas a regularidade no cumprimento da prisão e de seus direitos constitucionais e o acusado permanecerá preso".

Amadeu França, um dos cinco advogados que compõe a defesa de Brennand, informou que pediria a transferência dele para o presídio de Tremembé, no interior de SP. No local, cumprem pena o casal Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá (pai e madrasta da menina Isabella) e também ficou presa Suzane von Richthofen (hoje ela se encontra em regime aberto).

Brennand responde a oito processos por crimes que incluem estupro, agressão e sequestro. Contra ele, já foram expedidos cinco mandados de prisão preventiva. O empresário foi preso em outubro em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos, mas pagou fiança e foi posto em liberdade. Ele ficou oito meses foragido no país. Para o Ministério Público de São Paulo, o andamento dos processos criminais deve ser acelerado com a presença de Brennand no país.

Brennand - Danilo Verpa/Folhapress - Danilo Verpa/Folhapress
Thiago Brennand chegando à audiência de custódia no Fórum da barra Funda, depois de ser preso e trazido ao Brasil neste fim de semana
Imagem: Danilo Verpa/Folhapress

Noite na PF após extradição

Thiago Brennand desembarcou no Aeroporto Internacional de Guarulhos ontem por volta das 17h50 deste sábado (29). Ele chegou algemado e cobria as mãos com uma blusa vermelha.

Ele deu entrada na Superintendência da Polícia Federal em São Paulo por volta das 19h acompanhado de cinco advogados. Na carceragem, o empresário foi submetido a exame de corpo de delito e dormiu na unidade. Um dos advogados levou mochilas com roupas para o acusado.

O filho dele, um adolescente de 17 anos, chegou à sede da PF por volta das 20h30, e permaneceu lá dentro por cerca de 40 minutos. O jovem entrou e saiu acompanhado por advogados, cumprimentou a imprensa, mas não se pronunciou —o empresário também é acusado de agredir o próprio filho.

30.abr.2023 - Viaturas que levaram Thiago Brennand ao Fórum Criminal da Barra Funda - Tiago Minervino/UOL - Tiago Minervino/UOL
Viaturas que levaram Thiago Brennand ao Fórum Criminal da Barra Funda
Imagem: Tiago Minervino/UOL

O que pesa contra Brennnand

O empresário era alvo de cinco mandados de prisão no Brasil por conta de acusações de violência sexual contra mulheres.

Em agosto de 2022, ele agrediu uma modelo e outras alunas de uma academia em São Paulo. Diante da repercussão do caso, outras denúncias contra Brennand vieram à tona.

Ele responde a processo por estupro, cárcere privado e tortura. O empresário é acusado de obrigar uma mulher a tatuar as suas iniciais.

Em outra ação, Brennand é réu por agressão a funcionário de um hotel no condomínio onde morava, em Porto Feliz (SP). Ele responde ainda por perseguição e ameaças a outro funcionário, idoso, do mesmo condomínio.

Ele ainda é reu por agressão a um garçom do restaurante Fasano.

Em dezembro, a Justiça de São Paulo aceitou denúncia contra ele por estupro no sexto processo em que se tornou réu. Além de violência contra mulheres, Brennand é acusado de agredir o próprio filho.