'Destruiu minha vida', disse PM logo após matar colegas com fuzil em SP
O sargento Claudio Henrique Frare Gouveia, que matou dois colegas de batalhão com tiros de fuzil, aparece em um vídeo logo após o crime em que afirma: "Ele não devia ter destruído a minha vida, ele destruiu a minha vida. Então é isso aí, elas por elas." As imagens foram exibidas hoje pelo Fantástico, da TV Globo.
O que aconteceu
"Não estou dormindo. Meu casamento acabou." Já algemado, o sargento, de 53 anos, aparece em uma gravação e diz que cometeu o crime porque não aguentava mais.
Os alvos do ataque foram o capitão Josias Justi da Conceição Júnior, comandante da unidade, e o sargento Roberto Aparecido da Silva, que estava na sala no momento do ataque. O crime ocorreu na última segunda-feira (15), em um quartel da PM na cidade de Salto (SP).
O policial já havia reclamado algumas vezes das escalas de trabalho dele e da esposa, que também é PM na mesma unidade.
Esse é o motivo pelo qual aconteceu, porque em nenhum momento ele voltou atrás e ninguém transferiu esse cara daqui. Então, eu não tenho o que fazer. Acabou. Se alguém quiser ouvir é isso aí, esse é o depoimento, tá bom? Muito obrigado."
Gouveia após o crime, em vídeo divulgado pelo Fantástico
Entenda o caso
O sargento Gouveia invadiu a 3ª companhia do batalhão armado com um fuzil por volta das 9h de segunda. Segundo registro da corporação, ele disse que iria fazer um treinamento.
O atirador então trancou a unidade, invadiu a sala do comandante e atirou contra os dois colegas. Uma testemunha relatou ter ouvido três disparos.
Em seguida, o sargento se entregou e acabou sendo preso por outro colega, que apreendeu o fuzil, conforme ocorrência obtida pelo UOL. "Depois dos disparos, ele entregou o fuzil para outro colega e disse: 'Pode me prender'", contou o advogado Rogério Duarte.
Gouveia teve a prisão em flagrante convertida em preventiva, durante a audiência de custódia realizada no último dia 19, no Tribunal de Justiça Militar de São Paulo.
Com a decisão, o atirador segue detido no presídio militar Romão Gomes, na zona norte da capital paulista. A unidade é destinada a PMs presos por suspeita de envolvimento em crimes
Defesa fala em perseguição
A defesa do atirador informou que entrará com recurso, pedindo a revogação da prisão preventiva. O advogado Rogério Augusto Dini Duarte disse ao UOL que o sargento e a sua esposa, que trabalhava na mesma unidade, estavam sendo perseguidos pelo comandante, uma das vítimas do ataque.
O defensor disse ter conversado por duas horas em uma sala reservada no batalhão com o sargento após o crime. Segundo ele, o crime não foi premeditado.
O sargento Gouveia trabalhava há 32 anos na corporação. Paranaense, se mudou com a família para Araçatuba (SP) quando ainda era jovem, e atuava há mais de dez anos na unidade de Salto (SP).
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