'Poderoso Chefão': quem é megatraficante que fugiu de helicóptero da PF
O megatraficante de drogas Antônio Joaquim Mota poderia ter sido preso na última sexta-feira (30). No entanto, as autoridades brasileiras suspeitam que um vazamento de informações pode ter prejudicado a mega operação de combate ao tráfico de drogas que tem o líder do grupo como um dos alvos.
Afinal, quem é Antônio Joaquim Mota?
Antônio Joaquim Mota, conhecido como "Motinha" ou "Dom", é o líder de uma organização criminosa paramilitar chamada "clã Mota". Segundo o jornal O Estado de S. Paulo, o grupo conta com paramilitares estrangeiros e brasileiros com experiência em conflitos internacionais.
"O Poderoso Chefão". De acordo com informações da Polícia Federal, o apelido "Dom" seria uma referência a Dom Corleone, o conhecido chefe da família criminosa da trilogia "O Poderoso Chefão".
O "clã Mota" estaria há mais de 70 anos atuando no crime. Antes de se especializar no tráfico internacional de drogas, a organização já atuou no contrabando de café, aparelhos eletrônicos e cigarros. Essa é a terceira geração da organização.
O grupo investigado se especializou no tráfico de cocaína, segundo a CNN. A droga viria da Bolívia e da Colômbia, seria transportada de avião ao Paraguai, seguiria de helicóptero para São Paulo e para o Paraná e, por fim, despachada nos portos de Santos (SP) e Itajaí (SC).
Mota já foi preso em 2019, ainda de acordo com a CNN. Na época, em decorrência da fase El Patrón da operação Lava Jato, a PF descobriu que a organização havia ocultado US$ 20 milhões (cerca de R$ 95,5 milhões).
O que aconteceu:
Na última sexta-feira (30), uma operação conjunta envolvendo a Polícia Federal e autoridades paraguaias foi realizada com o objetivo de capturar Antônio Joaquim Mota. As ações ocorreram tanto em Ponta Porã, no estado de Mato Grosso do Sul, quanto em Pedro Juan Caballero, no país vizinho.
Dias antes da operação, porém, a PF apontou que um vazamento de informações permitiu que ele fugisse de helicóptero de sua fazenda no Paraguai. Ainda assim, seis membros da organização criminosa foram presos.
A PF descobriu também que o grupo possui grande poder bélico. Entre os itens, estão granadas, fuzis, coletes balísticos, drones e óculos de visão noturna. O armamento de grosso calibre conta até com uma .50, capaz de perfurar blindagens e derrubar aeronaves.
A operação foi chamada de Magnus Dominus (Todo Poderoso, em latim). De acordo com o jornal O Estado de S. Paulo, a Justiça Federal expediu 11 mandados de busca e apreensão e 12 mandados de prisão contra nove brasileiros, um italiano, um romeno e um grego em uma operação policial simultânea em Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, São Paulo e Rio Grande do Sul.
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