Morte de gatos no Parque da Água Branca causa comoção: 'Foram espancados'
Dois gatos foram encontrados mortos no Parque da Água Branca, na zona oeste de São Paulo. Os bichos tiveram fraturas, lacerações e perfurações no corpo, segundo laudo da necrópsia. A circunstância das mortes, no último dia 15, ainda não foi esclarecida —o caso foi registrado na polícia.
Ao UOL, frequentadores do parque dizem estar assustados com a violência e pedem investigação para entender o que aconteceu com os bichos. A Reserva Parques, gestora do Água Branca, lamentou as mortes e pediu reforço no policiamento.
"Nunca vi nada igual aqui. É a coisa mais horrível que presenciei nesse parque. Foi uma crueldade tão grande que ainda estamos tentando processar tudo isso", diz Maura Takemiya, 68, que trabalha como voluntária do parque há cerca de 15 anos.
O Parque da Água Branca é moradia para animais de várias espécies. São 55 gatos no local, segundo Maura.
Com o grupo Cat Lovers, Maura ajuda a organizar a ração e outros cuidados para os animais diariamente. O parque também conta com funcionários do gatil, que são contratados pela concessionária.
A aposentada conta que o grupo de voluntários conhece todos os gatos que vivem ali, tanto dentro do gatil —geralmente os mais velhos e os que estão doentes e precisam de cuidados específicos do veterinário—, quanto os que ficam fora.
Na sexta-feira, eles estranharam a ausência de dois animais, o Glove e o Truzinho. "Temos todos os nomes dos gatos e, na sexta, passamos um pente fino. Ficamos preocupados com os dois", conta. Mais tarde, os voluntários descobriram o ocorrido.
Os gatos foram achados mortos às 7 horas da manhã, segundo informou a concessionária à polícia. Uma reunião com a concessionária foi realizada na terça-feira seguinte para esclarecer os fatos —foi quando o laudo da necrópsia foi apresentado.
Regina Lima, 48, frequentadora que faz parte do Conselho Consultivo de Orientação do parque, diz que "os gatos foram espancados a ponto de destruir a coluna vertebral deles".
Os animais mortos eram moradores do parque e não tinham histórico de doenças, segundo informou à polícia uma representante da empresa gestora do Água Branca.
Os demais gatos que vivem no local estão assustados, diz Regina.
Quando escutam a voz de alguém, principalmente se for homem, eles se assustam e saem correndo.
Regina Lima
Investigação
A concessionária Reserva Parques lamentou a morte dos dois gatos e informou, em nota, que os bichos foram encaminhados para a necrópsia em uma clínica independente, que constatou a morte em decorrência de politraumatismo.
A concessionária fez um boletim de ocorrência, pediu instauração de inquérito e comunicou a Polícia Militar, solicitando reforço no policiamento. Ainda segundo a nota, desde que a Reserva Parques assumiu a concessão, há um ano, esta é a primeira suspeita de morte dolosa no local.
Todos os animais são tratados por uma equipe de biólogos, zootecnistas, médicos veterinários e recebem cuidados diários e alimentação. Não há registro de qualquer alteração no comportamento dos animais.
Reserva Parques
A polícia investiga o caso. A SSP-SP (Secretaria de Segurança Pública de São Paulo) informou que o caso foi registrado no 91.º Distrito Policial (Ceasa) e eles seguem investigando as mortes. A Semil (Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística), do governo do Estado, diz que foi comunicada pela concessionária sobre o ocorrido e acompanha as investigações.
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