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Jovem presa por engano quer processar Estado: 'Preciso ficar mais forte'

A estudante de enfermagem Rafaela Lima, 23, presa injustamente no Centro de Detenção Provisória Feminino de Franco da Rocha, disse no UOL News que pensa em processar o Estado.

Ela passeava com o cachorro no bairro onde mora, no Capão Redondo, zona sul de São Paulo, quando foi surpreendida por carros da polícia que estavam atrás de dois suspeitos de roubar um carro. Ela e o amigo Gabriel Pereira foram abordados e levados à delegacia.

A gente pensa, sim, em tomar alguma atitude. Preciso de um tempo para pensar e ficar mais forte.

Estou tendo a sorte de poder falar o que passei, mas há muita gente lá dentro abandonada, muita mulher esquecida, muita gente inocente lá dentro que assim como eu também passa por isso e que se habituou estar naquele lugar. Você não tem chances de fala.

Estou esperando só não chorar mais toda vez que eu falo sobre e tomar forças para poder seguir com todos os processos e denúncias que eu conseguir.

Além disso, ela contestou a versão da SSP-SP (Secretaria da Segurança Pública de São Paulo) e da SAP (Secretaria da Administração Penitenciária) sobre a parte da alimentação e qualidade da comida.

Li a reportagem mais cedo e não acreditei nas notas que estavam lá. Como um nutricionista pode passar aquilo para a gente? A comida vem estragada. O hábito de cheirar comida que observei das outras meninas já me denuncia que aquilo é comum.

Quando minha comida chegou em um dia da semana que estava estragada, eu não conseguia acreditar. Já tinha visto rato passar, eles andam perto da gente lá. Na cela, não tem nada que feche. Você dorme no chão e o rato entra na cela.

O que dizem as autoridades

Investigação concluiu por revogação da prisão. Por meio de nota, a SSP-SP disse que "durante o trabalho investigativo, foram coletados elementos que subsidiaram o pedido de revogação da prisão do casal". O pedido foi "submetido à apreciação do Poder Judiciário e acatado, resultando na liberação do casal".

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A SSP-SP disse que apura as circunstâncias dos fatos e acompanha os desdobramentos, incluindo as investigações sobre a ação da Polícia Militar.

A Polícia Civil informa que, "dentro do prazo legal para a conclusão do inquérito e mesmo após o reconhecimento feito pela vítima, manteve as diligências em buscas de imagens, testemunhas e demais elementos que pudessem confirmar a prisão dos envolvidos".

A SAP disse que age "dentro da legalidade em observância aos preceitos da Lei de Execução Penal e aos princípios dos Direitos Humanos". E explicou que a pasta tem canais para receber denúncias, como a Ouvidoria e a Corregedoria Administrativa do Sistema Penitenciário.

Alimentação na prisão. Sobre as denúncias de Rafaela, a SAP informou que são servidas ao menos três refeições (café, almoço, jantar) diariamente. "A alimentação é balanceada e segue cardápio previamente estabelecido e elaborado por nutricionistas."

Sobre a qualidade da comida, a SAP disse que é "atestada diariamente por uma comissão de recebimento, composta por servidores que gerenciam e fiscalizam o contrato".

A secretaria afirmou ainda que Rafaela recebeu os kits de higiene e inclusão padrões da unidade e que, durante o período no local, "não registrou reclamações". Questionada sobre o espaço das celas para dormir, a SAP não respondeu.

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Sobre os ratos, a pasta informou que o CDP de Franco da Rocha recebe desratização e desinsetização frequentemente, sendo a última realizada no dia 14 de julho deste ano.

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