Dentista achada carbonizada tinha medida protetiva contra ex-namorado
A dentista Bruna Angleri, 40, encontrada carbonizada na quarta-feira (27), já tinha uma medida protetiva com o ex-namorado. Segundo a polícia, ele é um dos suspeitos pela morte dela. O crime ocorreu no Distrito Industrial, em Araras (SP), a 171 km de São Paulo.
O que aconteceu:
A vítima contou à polícia que o ex havia invadido sua casa e quebrado alguns móveis.
Ela prestou queixa no dia 10 de agosto, segundo o delegado Tabajara Zuliani dos Santos, à frente da investigação do caso.
O principal suspeito do crime, que não teve o nome divulgado, prestou depoimento ontem e foi liberado.
Bruna e o ex-namorado tiveram um relacionamento de sete meses, disse ao UOL Wagner Moraes, advogado do homem ouvido pela polícia. Moraes acrescentou ainda que seu cliente chegou a morar na casa da vítima.
Eles teriam decidido se separar há pouco mais de um mês. "Ele foi acionado para prestar depoimento, uma vez que na cidade começaram a circular o nome dele como principal suspeito. Em seu depoimento, negou a autoria, colaborou com tudo, deixou celular para ser periciado, deu detalhes e nomes das pessoas com quem estava e onde estava e foi liberado", detalhou o advogado.
O UOL também questionou o advogado sobre a medida protetiva de Bruna, mas Moraes não comentou.
O caso
Bruna Angleri foi encontrada em cima da cama, já sem vida. O caso foi registrado como homicídio.
O delegado ressaltou que a vítima foi "severamente" agredida no rosto, que estava "cheio de fraturas". A dentista também tinha hematomas e uma costela fraturada.
À espera dos laudos do IML, a polícia quer saber se há alta concentração de gás carbônico no sangue da vítima. O objetivo é esclarecer se ela já estava morta quando foi queimada, ou se ainda estava viva.
O legista, que é muito experiente, entende que provavelmente não [estava viva quando foi queimada], porque as vias aéreas dela, em termos de fuligem, de fogo, qualquer coisa nesse sentido, estavam limpas. Mas ele não pode dar 100% de certeza antes desse laudo toxicológico.
Tabajara Zuliani dos Santos, delegado à frente da investigação
A dentista era coordenadora de pós-graduação de uma faculdade em Araras. Ela deixa um filho. Nas redes sociais, amigos e familiares publicaram homenagens de despedida para Bruna.
A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo afirmou que o caso é investigado pela Delegacia de Polícia de Araras.
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