Diretor do Arsenal de Guerra do Exército em SP será exonerado após furto

O diretor do Arsenal de Guerra do Exército em São Paulo será exonerado do cargo após o furto de 21 armas. O tenente-coronel Rivelino Barata Batista de Sousa será retirado do cargo por decisão do Comandante do Exército, segundo o general Maurício Vieira Gama, chefe do Estado-Maior do Comando Militar do Sudeste.

O que aconteceu

Uma ação integrada da Polícia Civil do Rio de Janeiro e do Exército recuperou oito das 21 armas furtadas do Arsenal de Guerra em Barueri, na Grande São Paulo. Os armamentos que agora retornam ao poder público são quatro metralhadoras .50 e outras quatro MAGs.

"Todos os esforços serão envidados para a recuperação total dos armamentos subtraídos", informou o Exército, em nota.

A metralhadora .50, um dos armamentos que sumiram, é capaz de derrubar helicópteros e perfurar veículos blindados. Por essa razão, é usada em assaltos a carros-fortes e agências bancárias. A arma foi usada, por exemplo, no assassinato de Jorge Rafaat Toumani, um dos maiores traficantes do país, em 2016.

O local de guarda das armas passou mais de um mês sem vistoria. Segundo o general Maurício Vieira Gama, a última vistoria no material havia sido feita no dia 6 de setembro, mas o sumiço só foi descoberto em 10 de outubro.

Pelo menos três suspeitos de envolvimento no furto das armas foram identificados. O número exato e os nomes não foram divulgados.

Houve troca de lacres e cadeados para esconder os desvios. "Essas armas ficam numa reserva de armamento, essa reserva é lacrada e é conferido diariamente esse lacre. O lacre foi substituído."

O general informou que há 160 militares aquartelados. Segundo ele, o aquartelamento não é uma "punição" — trata-se de uma espécie de confinamento durante o período de investigação.

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Investigação

O Exército ainda investiga se armas foram furtadas de uma só vez. Segundo o general Vieira Gama, o "lapso temporal" da investigação vai de 6 de setembro a 10 de outubro, período entre as duas inspeções, mas ainda não se sabe como elas foram levadas. Um Inquérito Policial Militar foi instaurado para investigar o sumiço dos armamentos e corre em sigilo.

O Exército informou que "todos os processos da Organização Militar estão sendo revistos". As autoridades disseram ainda que "os militares que tinham encargos de fiscalização e controle poderão ser responsabilizados na esfera administrativa e disciplinar por eventuais irregularidades."

Temos certeza que essa subtração ocorreu por furto. Se foi de uma vez ou várias, isso ainda está em apuração.
General Maurício Vieira Gama

Relembre o caso

O sumiço das metralhadoras foi notado pelo Exército durante uma inspeção em 10 de outubro. Como a contagem desse armamento não é periódica — só ocorre por necessidade de manutenção ou transporte —, não foi possível saber quando o material despareceu.

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De início, o Exército manteve 480 militares aquartelados na unidade. Com o avanço das investigações, 320 foram liberados na última terça-feira (17), mas outros 160 continuaram retidos no local. Parentes desses militares passaram a ir ao quartel para levar comida e apoio.

O governo de São Paulo alertou para o risco de "consequências catastróficas". O secretário de Segurança Pública do estado, Guilherme Derrite, informou que a polícia ajudaria nas buscas pelo armamento.

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