Josmar Jozino

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Ladrão em SP recusou metralhadoras do Exército; armas estavam enterradas

A Polícia Civil já sabe que um assaltante de bancos e carros-fortes de São Paulo, ligado ao PCC (Primeiro Comando da Capital), recusou as armas furtadas do arsenal de guerra do Exército em Barueri (SP). No total foram levadas 13 metralhadoras calibre .50 e outras oito de calibre 7,62.

O assaltante está foragido, mas vem sendo monitorado desde que policiais civis apreenderam uma metralhadora calibre .50 em um dos endereços dele. Os agentes interceptaram conversa do criminoso, na qual ele rejeita os armamentos por causa do péssimo estado de conservação. Parte das armas foi recuperada pela Polícia Civil na madrugada de hoje.

Os policiais civis apuraram que os comparsas envolvidos no furto ofereceram as armas ao assaltante por causa do histórico dele em grandes ataques a agências bancárias e carros-fortes. Num dos diálogos interceptados há menção de que parte do armamento está enterrada na Grande São Paulo.

Os agentes identificaram a região onde as armas teriam sido deixadas e fizeram um mapeamento da área. Os policiais têm expectativa de encontrar o restante das metralhadoras nas próximas horas e tentam capturar o assaltante de banco e os parceiros dele.

Comando Vermelho

Oito das 21 metralhadoras furtadas foram apreendidas na quinta-feira (19) por policiais civis do Rio de Janeiro. Eram quatro calibre .50 e quatro calibre 7,62. O material foi vendido ao CV (Comando Vermelho) e estava em um veículo abandonado no bairro Gardênia Azul, na zona oeste carioca.

As informações são de que integrantes da maior facção criminosa fluminense pagaram R$ 180 mil por peça, conforme divulgou a coluna na quinta-feira.

O Exército instaurou um IPM (Inquérito Policial Militar) para apurar o furto do arsenal de Barueri. Os investigadores identificaram três militares suspeitos de envolvimento no crime. Um procedimento administrativo também foi aberto.

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Caso as investigações apontem a participação de militares no crime — o que tudo indica, na avaliação do próprio Exército —, eles responderão a processos por furto e associação criminosa. Se forem condenados também serão expulsos da instituição.

Crimes recorrentes

O furto e roubo de armas em unidades do Exército são recorrentes. Integrantes do PCC, com ajuda de militares, já levaram fuzis e munição de quartéis de São Paulo.

O maior roubo até então — antes de Barueri — havia acontecido no 6º Batalhão de Infantaria Leve de Caçapava, no Vale do Paraíba. Foi em oito de março de 2009. Ladrões levaram sete fuzis calibre 7,62. Os criminosos foram presos e as armas recuperadas.

As investigações apontaram que o cabo do Exército Leonardo Floriano dos Santos foi cooptado pelo cunhado Willian Vagner Storto, o Beterraba, e José Augusto Lourenço Marinho, o Sapão, ambos do PCC, para participar da empreitada criminosa.

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O cabo receberia R$ 35 mil dos comparsas. Floriano foi condenado a nove anos de prisão em regime fechado e acabou expulso do Exército. Beterraba recebeu uma pena de 12 anos e Sapão, de 16 anos. Os três réus já estão em liberdade.

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