12 são presos por ação terrorista e vão para presídios federais, diz Castro
O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), anunciou que 12 criminosos foram presos até o momento por "ações terroristas" em razão dos ônibus incendiados nesta segunda-feira (23) no Rio. Ao menos 35 ônibus e um trem da SuperVia foram queimados após a morte de um miliciano nesta segunda-feira (23).
O que aconteceu:
Os suspeitos serão encaminhados a presídios federais por causa da natureza do crime, destacou Castro em pronunciamento à imprensa nesta noite.
A transferência dos 12 detidos será imediata "porque lá [nos presídios federais] é local de terrorista", disparou.
Mais cedo, a Polícia Militar do Rio de Janeiro já havia anunciado a prisão dos 12 suspeitos de participação nas ações.
O governador explicou que conversou, por telefonema, com o prefeito da cidade, Eduardo Paes (PSD), e o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino. "Para que nós possamos juntos garantir à população do Rio de Janeiro que o crime organizado terá em nós uma fronteira firme, entre a lei, a ordem e o que eles querem fazer no estado."
Policiais estão nas ruas, diz governo
Ainda no pronunciamento, Castro afirmou que todo o contingente das polícias Civil e Militar está nas ruas para "garantir" que a ordem seja reestabelecida.
Castro ressaltou que a polícia busca prender os maiores líderes das facções criminosas. "É nosso compromisso, e eu já tenho dito. Prender, principalmente, os três maiores líderes do tráfico e da milícia do Rio de Janeiro". Mais cedo, ele já havia dito que o crime organizado não deve ousar "desafiar o poder do Estado".
Cláudio Castro ressaltou que um plano de contingência já está ativo desde os primeiros ônibus incendiados. "Todo o contingente da Polícia Militar e da Polícia Civil está nas ruas garantindo que a ordem seja reestabelecida. E que a vida da população volte ao normal. Queria lamentar o ocorrido no dia de hoje e os transtornos, mas queria garantir que nós não arrefeceremos em nada na luta contra a criminalidade."
Ele disse ainda que não tem dúvida de que a terça-feira (24) será um dia "com mais ordem".
Enquanto tivermos aqui, o combate será duro, 24 horas, sete dias por semana. O mal não vencerá o bem. Nós continuaremos trabalhando.
Cláudio Castro, governador do RJ
Entenda
Foram incendiados 20 ônibus de operação municipal, cinco BRTs e os demais são veículos de turismo e fretamento.
Este é o maior número de ônibus queimados em um único dia na história do município do Rio, segundo o sindicato ao UOL.
O município do Rio entrou em "estágio de atenção" a partir das 18h40 em razão dos ataques aos ônibus, informou o Centro de Operações Rio.
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Quero receberAs linhas de BRT do corredor Transoeste foram temporariamente suspensas na tarde desta segunda-feira, segundo a Mobi-Rio, "por questão de segurança".
Equipes do Grupamento Aeromóvel da Polícia Militar sobrevoam os locais onde ônibus foram queimados, na zona oeste. A PM também informou que policiais reforçam a segurança na região.
Pelo menos 32 escolas interromperam as aulas em função dos ataques.
Morte de miliciano
O miliciano que morreu foi identificado como Matheus da Silva Rezende, conhecido pelos apelidos Teteu e Faustão.
Matheus é sobrinho de Luis Antonio da Silva Braga, ou "Zinho", o primeiro homem da maior milícia do Rio, que atua na zona oeste. Zinho herdou o comando da organização após a morte do seu irmão, o Wellington da Silva Braga, o Ecko, em 2021.
Matheus foi morto hoje durante uma suposta troca de tiros com a Polícia Civil durante uma operação na região de Três Pontes, em Santa Cruz, na zona oeste do Rio. A ação teve o apoio da Core (Coordenadoria de Recursos Especiais; que é o grupo de elite da Polícia Civil do estado), Polinter e unidades especializadas, informou o jornal O Globo.
"Teteu" é apontado em investigações, segundo o jornal, como o principal homem de guerra de Zinho na disputa de territórios contra os rivais. Ele seria o responsável por chefiar as rondas feitas pela milícia do tio dentro da zona oeste.
Na operação que Teteu morreu, uma criança de dez anos foi atingida de raspão na perna por uma bala perdida. Não há informações sobre o estado de saúde dela.
Matheus era considerado pela polícia como o segundo homem na atual hierarquia da maior milícia do Rio, comandada pelo seu tio.
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