Apagão: Contrato de privatização com Enel foi mal feito, diz prefeito de SP
O prefeito de São Paulo Ricardo Nunes (MDB) afirmou que o contrato de privatização da Enel foi mal feito, ao comentar o apagão que ainda afeta partes da cidade após a tempestade ocorrida na última sexta (3). Nunes concedeu entrevista ao UOL News da manhã de hoje (6).
Foi [mal feito]. O contrato é com o governo federal, que o rege. Houve lá o erro. Precisa haver uma readequação desse contrato para essa questão das mudanças climáticas. Não é possível que a Enel, com todos esses problemas, tenha um volume pequeno de equipes perante o tamanho do nosso problema. Ricardo Nunes (MDB), prefeito de São Paulo
Segundo a Enel, cerca de 500 mil imóveis continuam sem energia elétrica na cidade de São Paulo nesta segunda. A empresa é controladora da Eletropaulo desde 2018 e segue regras previstas em contrato de 1998 com duração de 30 anos.
Nesta tarde, haverá uma reunião com a presença de Nunes, do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), do diretor-geral da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) Sandoval Feitosa e representantes das empresas distribuidoras de energia para discutir o problema.
Nunes explicou que o encontro terá como pauta a criação de um "plano de contingência". O prefeito criticou a falta de equipes da Enel para restabelecer o fornecimento de energia elétrica e expôs as sugestões que fará para mudar o contrato com a empresa.
Não poderíamos imaginar que uma situação como essa se resolvesse em algumas horas ou em um dia. Mas três, quatro dias... Aí é um pouco de exagero. É falta de equipe e de equipamento para fazer frente a isso.
Tenho três pontos e o principal é um plano de contingência. Com as mudanças climáticas, infelizmente é muito provável que volte a acontecer o que ocorreu na sexta. Também deve haver um plano para enterrar os fios. E o terceiro é o aumento no número de equipes. Ainda estamos com 125 árvores caídas e não há equipe para desligar a energia.
Nunes diz que acionará Justiça caso energia não seja ligada até terça em SP
Nunes afirmou, em entrevista ao SBT, que acionará a Justiça caso o fornecimento de energia não esteja completamente restabelecido até amanhã. O prefeito de São Paulo disse que, a princípio, a Enel se mostrou reticente para definir um prazo para resolver a situação, mas se comprometeu a respeitar o compromisso firmado com ele.
Eu estive lá com toda a diretoria da Enel, fui pessoalmente e eles não queriam dar um prazo. 'Ah, não temos como dar prazo, o que aconteceu foi quase que um caos'. Falei 'não, mas nós temos que estabelecer um prazo aqui'. E eles combinaram comigo um prazo até terça-feira, isso é um compromisso da Enel comigo. Se eles não cumprirem, eu vou inclusive acionar judicialmente. Ricardo Nunes (MDB), prefeito de São Paulo, em entrevista ao SBT
Josias: Com seca e ciclones, alarme climático soou no Brasil em 2023
A ocorrência de diversos desastres naturais no Brasil em 2023 soa o alerta climático para que as autoridades saiam do escuro. A análise é do colunista Josias de Souza, que ironizou o "desconhecimento" dos governantes sobre o risco de haver um temporal como o que afetou a cidade de São Paulo na última sexta.
Em 2023, o alarme climático soou no Brasil de diferentes maneiras. Houve recorde de temperatura, seca, incêndios, enchentes e até ciclones. Nesta tarde, haverá uma reunião para discutir um plano de contingência para os danos causados por um temporal que aconteceu na sexta-feira em São Paulo. Estamos em uma situação na qual autoridades públicas e gestores privados vão discutir um plano B no escuro. Josias de Souza, colunista do UOL
Abrúcio: Apagão faz bolsonarismo largar Nunes e cogitar ter candidato em SP
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Quero receberA tempestade que atingiu a cidade de São Paulo na última sexta (3) e ainda deixa cerca de 500 mil imóveis sem energia tem consequências políticas para o prefeito Ricardo Nunes (MDB). O cientista político Fernando Abrúcio avaliou que os bolsonaristas já pensam em lançar um candidato próprio à prefeitura, em vez de apoiarem a reeleição do atual mandatário.
O efeito maior, visto nas redes sociais, é que o bolsonarismo vai querer lançar um candidato. Não tem a ver apenas com a eleição de São Paulo. Bolsonaro percebeu que, como há chance de ele ser preso antes da eleição, ele precisa ter alguém que o defenda nos principais colégios eleitorais. Nunes quer o apoio dele, mas não vai defendê-lo por razões eleitorais. Fernando Abrúcio, cientista político
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