Por que algumas casas ficam sem água quando acaba a luz?

O temporal que atingiu São Paulo deixou dezenas de bairros sem luz e também sem água desde sexta-feira (2). Estima-se que 500 mil imóveis continuam afetados pela falta de energia elétrica, incluindo ao menos 40 escolas municipais.

A Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) informou que a queda de energia paralisou instalações da empresa. A interrupção no fornecimento afetou o nível dos reservatórios e, consequentemente, o fornecimento de água à população.

Como a energia elétrica está ligada ao abastecimento de água?

A rede de energia elétrica é essencial para levar a água para zonas de tratamento. A água que chega nas casas da capital e Região Metropolitana está localizada principalmente em represas, que a acumulam antes da distribuição.

Para bombear a água desses lugares até as estações de tratamento, o sistema precisa de energia elétrica.

Os equipamentos de tratamento de água também dependem de energia. Quando a água chega nas estações de tratamento, a energia elétrica outra vez é necessária para as máquinas funcionarem. A Sabesp informa que são tratados mais de 119 mil litros de água por segundo.

O processo envolve a inserção de componentes químicos que auxiliam na retirada de materiais orgânicos e metais, além de outros que ajustam o pH da água e promovem a separação de partículas de sujeira.

A eletricidade ajuda tanto no processo quanto no monitoramento do tratamento, para garantir que a água esteja própria para o uso doméstico antes de ser bombeada aos bairros.

Para levar água tratada para casa, também é necessário energia. Assim como o bombeamento da represa para as estações de tratamento precisa de energia elétrica, o bombeamento da água tratada para as residências também depende disso. Quando há interrupção de energia, as caixas d'água são uma ferramenta para um abastecimento emergencial de casas e bairros.

Depois de chuvas, sistema está sendo reestabelecido gradualmente. O retorno da energia elétrica não garante o abastecimento imediato de água na cidade, já que ela precisa seguir um caminho físico de tubulações, preencher reservatórios e caixas d'água antes de retomar às torneiras das casas.

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O processo de recuperação começou ontem. Em nota, a Sabesp informou que "continua trabalhando de forma emergencial para abastecimento dos locais críticos com caminhões-tanque."

Bairros sem água

Até última atualização, a Sabesp informou que os reservatórios estão em recuperação são: Santo André, Mauá, Diadema, Guarulhos, Itapecerica da Serra e Itaquaquecetuba; e bairros Guaianases, Americanópolis, Vila Clara, Vila Mascote, Vila Santa Catarina, Vila Joaniza, Campo Grande, Jd Promissão, Pedreira, Cidade Ademar, Chácara Flora, Santa Etelvina, Cidade Tiradentes, São Mateus, Itaquera, Vila Mariana, Savoy e Pedra Branca, na capital.

No entanto, ainda há pontos sem energia e, portanto, com o sistema de abastecimento de água interrompido. São eles: Cotia, Osasco, Barueri e Taboão da Serra.

Até o momento, a Enel, empresa responsável pela distribuição de energia, diz ter restabelecido 76% da distribuição de energia em São Paulo.

A previsão da Enel é normalizar o serviço em todo o estado até amanhã.

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