Motoristas e cobradores de ônibus desistem de greve em São Paulo nesta 6ª

Os motoristas e cobradores de ônibus de São Paulo desistiram da greve marcada para esta sexta-feira (1º), e o transporte funcionará normalmente na cidade.

O que aconteceu

Os motoristas afirmaram ao UOL que recuaram da paralisação porque há a expectativa de uma audiência no TRT amanhã. Os funcionários esperam que o recurso da categoria para manter as eleições do sindicato seja aceito — a chapa 4, que chamou a greve, venceu o pleito.

Segundo o diretor-executivo do sindicato, Nailton Francisco de Souza, a expectativa é que a Justiça tenha uma decisão final até terça-feira. Ele afirma que os motoristas decidiram pelo recuo em plenária nesta noite.

A greve havia sido planejada em meio a uma disputa interna pela direção do SindMotoristas (Sindicato dos Motoristas e Cobradores de ônibus). Os funcionários protestam contra uma decisão judicial que suspendeu as eleições para diretoria do sindicato.

A discussão no sindicato já havia impactado o transporte municipal na semana passada. Terminais de ônibus ficaram fechados e uma pessoa foi baleada em frente a uma garagem.

O UOL apurou que integrantes da chapa vencedora passaram o dia em reuniões para decidir sobre a greve. Eles esperavam a resposta da Justiça para a audiência que acabou sendo marcada, segundo eles.

Avaliamos que qualquer manifestação que viesse ocorrer poderia não só prejudicar a população por uma disputa interna da diretoria, como eles fizeram [na semana passada], tumultuando nos dias de eleições. Nós íamos nos comparar a eles. Decidimos não fazer isso.
Nailton Francisco de Souza, diretor-executivo do sindicato

Entenda a disputa entre sindicatos

Após a vitória da chapa 4, outros três grupos perdedores a pediram a suspensão do resultado. A Justiça atendeu a solicitação e determinou também uma multa de R$ 50 mil para Edivaldo Santiago da Silva, que encabeça a chapa então eleita.

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Edivaldo venceu as eleições internas com 14 mil votos — de um total de 20 mil. Ele e sua equipe assumiriam a direção do SindMotoristas nesta sexta-feira (1º).

Os integrantes da chapa 4 também reclamam que duas audiências no TRT foram canceladas e que uma outra estava marcada para ocorrer nesta quinta.

Texto assinado pelo presidente do sindicato, Valdevan Noventa, dizia que a entidade era contrária à paralisação. Noventa foi reconduzido ao cargo no início do mês, mas os demais diretores apoiam a chapa 4.

Na terça-feira, os paulistanos enfrentaram a greve dos metroviários e ferroviários, que protestaram contra a privatização do serviço. O funcionamento do transporte público foi afetado e, ao longo do dia, as linhas do Metrô e da CPTM funcionaram parcialmente.

Prefeitura pediu à Justiça multa de R$ 1 milhão por dia

Na tarde de hoje, a prefeitura entrou com um pedido de medida cautelar para impedir a greve. A gestão de Ricardo Nunes (MDB) solicitou também a aplicação de uma multa de R$ 1 milhão por dia, caso a paralisação ocorresse.

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Já o SPUrbanuss, que reúne as empresas dos ônibus, disse que desconhecia as razões da greve. O sindicato patronal afirmou que se o motivo for "uma disputa interna sindical", os passageiros e as empresas "nada têm a ver com esses problemas, para serem prejudicadas, tanto na operação como no direito à mobilidade".

É evidente que a paralisação pretendida se faz totalmente ilegal e abusiva, não sendo o meio hábil para discordar de decisão judicial, a qual deve ser combatida com os meios de impugnação postos à disposição pela legislação pátria.
Procuradoria-Geral do Município em ação contra o SindMotoristas

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