Após mortes, orientação a motorista de van para contar crianças é reforçada
Motoristas de van escolares têm recebido orientações da Prefeitura de São Paulo e do sindicato da categoria. A ação acontece após duas crianças morrerem após serem esquecidas nos veículos nos últimos meses.
O que aconteceu
Uma das recomendações é "sempre checar se todas crianças foram desembarcadas". O Sindicato do Transporte Escolar disse que prepara a distribuição de 10 mil panfletos na volta às aulas com "procedimentos a serem realizados diariamente" pelos motoristas.
A categoria também tem feito conversas com os diretores de escolas. "Infelizmente são tragédias que acontecem para nos alertar para que possamos aprimorar mais o segmento escolar", disse Wesley Florêncio, presidente do sindicato.
Florêncio afirma que a presença de monitores é essencial e justifica que devido ao fim de ano alguns motoristas "entram no automático". "Devemos valorizar essa categoria [monitores], na maioria do casos são mães de família e já têm todo o cuidado com as nossas crianças", explica.
Na segunda-feira (18), um menino de 3 anos morreu dentro de uma van escolar após ter sido esquecido pela motorista. Em novembro, um menino de 2 anos também foi esquecido. Nas duas ocasiões, as crianças ficaram nos veículos em dias de forte calor na cidade de São Paulo.
A diretora da escola do menino de 3 anos enviou uma mensagem há cerca de um mês pedindo atenção dos motoristas. "A capacitação dos condutores e auxiliares que ajudam deve ser muito rigorosa", diz um trecho da mensagem.
As condições de trabalho não são usadas como justificativas. Isso, porque, os motoristas de vans escolares trabalham por turnos divididos ao longo do dia — pela manhã, depois na hora do almoço e no fim da tarde.
Ao UOL a prefeitura afirmou que o DTP (Departamento de Transportes Públicos) fez reuniões com representantes das cooperativas para que reforcem as orientações. O órgão também abriu um procedimento administrativo sobre o último caso.
O DPT realiza ações de fiscalização de transporte escolar em todas as regiões da cidade de São Paulo. Em blitze nas ruas, são verificados os itens obrigatórios do veículo para a prestação dos serviços de transporte escolar e a documentação (tanto do carro quanto do condutor).
Prefeitura de São Paulo
Como é a seleção dos motoristas?
Antes de pedir autorização à prefeitura, os motoristas devem fazer um curso de capacitação no Detran. Uma formação sobre transporte escolar de crianças com deficiência e mobilidade reduzida também precisa ser realizado e renovado a cada cinco.
A grade dos cursos é genérica e apresenta, por exemplo, conceitos de acessibilidade e cuidados no embarque e desembarque. Na formação para condutores, os conteúdos são voltados para legislação de trânsito e noções de primeiros socorros.
"Também são exigidos, para a aprovação do cadastro, CNH categoria D ou E, além de uma série de certidões comprovando a idoneidade do transportador", afirma a prefeitura. A capital conta com o TEG (Transporte Escolar Gratuito), que é oferecido pela administração municipal, e o serviço particular, que deve ter autorização da prefeitura.
Só no caso do transporte gratuito é obrigatória a presença de um monitor. Segundo a gestão municipal, 12 mil motoristas estão credenciados — 8,3 mil no serviço particular e 3,8 mil no TEG.
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O sindicato primeiramente se solidariza com os familiares das crianças. Temos feitos palestras online e periodicamente alertando os condutores escolares.
[A prefeitura] poderia investir em publicidade pra alertar os pais a não contratarem vans clandestina. Além de aprimorar melhor os cursos nos CFC, trazendo mais informações do dia a dia do transporte escolar.
Wesley Florêncio, presidente do sindicato do Transporte Escolar
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