Padre Júlio: CPI deveria investigar atendimento a dependentes químicos
A Câmara dos Vereadores de São Paulo deveria abrir uma CPI para investigar as condições de atendimento aos dependentes químicos, afirmou o padre Júlio Lancellotti em entrevista ao UOL News nesta quinta (4).
O religioso ainda disse que a questão da cracolândia é densa e complexa, e que, se ele fosse o problema da região, a questão estaria resolvida quando morresse.
Isso que é importante a CPI enfocar: se nós temos metodologia adequada, se a redução de danos funciona para todos, se a abstinência completa funciona para todos. (...) Como é que nós vamos fazer a prevenção? Com uma rede de Caps suficiente na cidade. Nós não temos.
Hoje a CPI poderia ver: Quantos Caps nós temos? Qual é o horário de funcionamento? Há uma rede articulada para as pessoas que pedem tratamento internação —seja ambulatorial ou seja de internação? Essas questões que são sérias, que são importantes e que nós temos que levar em conta. Claro, ver se os recursos públicos da saúde estão canalizados de maneira adequada para atender a população.
Se é uma CPI para procurar questões de determinadas pessoas, como se diz, 'com foco no padre Júlio', fica parecendo que a 'cracolândia' existe porque ela é patrocinada por mim. Se eu sou a causa da 'cracolândia', então é fácil: quando eu morrer, no dia seguinte ela não existe mais
Essa é uma questão complexa, densa, e que precisa ser vista por vários aspectos que envolvem ONGs e OSCs que recebem dinheiro público. Temos que discutir quais são as políticas públicas. É importante a CPI enfocar se temos metodologia adequada, se a redução de danos e a abstinência completa funciona para todos. Padre Júlio Lancelotti, coordenador da Pastoral do Povo da Rua
O padre afirmou que a questão da "cracolândia" será bastante explorada nas eleições municipais deste ano. Até agora, no entanto, diz ele, o poder público não encontrou uma solução adequada para o tema.
Toda CPI feita pelo Legislativo tem um componente político. As ações políticas estão presentes na sociedade como um todo. Nessa questão da dependência química, há diferentes visões, algumas antagônicas e divergentes.
Nas eleições desse ano, essa questão estará presente no discurso de todos que forem candidatos. Já ouvimos muita coisa e vimos várias operações sobre isso, e o problema continua lá. Infelizmente, olhamos para os efeitos e não para as causas. Padre Júlio Lancelotti, coordenador da Pastoral do Povo da Rua
O que aconteceu?
Padre Júlio corre risco de ser alvo de uma CPI. O religioso foi anunciado como um foco de uma possível investigação por seu trabalho na área da "cracolândia".
A provável CPI investigará a ação de ONGs. Padre Júlio reiterou que não faz parte de qualquer organização conveniada à Prefeitura.
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