Análise: Derrite parece atuar em SP com fígado, não com cérebro
Guilherme Derrite, secretário de Segurança Púbica de São Paulo, deixa a razão de lado e reage com o fígado ao retomar as Operações Escudo em resposta aos recentes ataques a policiais, disse Samira Bueno, diretora-executiva do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, em entrevista ao UOL News nesta segunda (22).
Preocupa ter à frente da pasta alguém com tão pouco preparo para lidar com situações como essa. Derrite parece administrar as polícias do Estado de São Paulo com o fígado e não com o cérebro, com a razão e com investigações.
Esperamos que essa nova fase da Operação Escudo não seja parecida com o que aconteceu no Guarujá, mas é possível que o mesmo resultado seja encontrado. Samira Bueno, diretora-executiva do Fórum Brasileiro de Segurança Pública
Samira teme a repetição do resultado da ação policial no Guarujá no ano passado, quando houve 28 mortes e denúncias de tortura e abuso de autoridade. A especialista questionou a eficácia da política de segurança pública do governo de Tarcísio de Freitas, "tratada como um bangue-bangue".
O número de policiais assassinados preocupa, mas também preocupa o número de pessoas assassinadas pela polícia. Muitos dos casos da Operação Escudo foram homicídios dolosos e mostram como a política de segurança pública no Estado de São Paulo vem sendo tratada como um faroeste. A violência só cresce e a população não se sente segura. Samira Bueno, diretora-executiva do Fórum Brasileiro de Segurança Pública
Câmera corporal é política que certamente protege policiais, diz especialista
Samira Bueno defendeu o uso de câmeras corporais como uma forma de proteção aos policiais. Ela ainda destacou a necessidade de uma política pública de habitação, já que diversos policiais moram em áreas periféricas e se tornam vulneráveis a ações criminosas.
Precisamos de políticas de Estado consistentes e capazes de proteger o policial. Com a utilização de câmeras corporais, tivemos os menores números da história de mortes de policiais. Certamente essa é uma política que protege o policial. Mas ele mora em locais periféricos, muitas vezes habitados pelo crime organizado. Isso é algo que deveria ser considerado pela política pública. Samira Bueno, diretora-executiva do Fórum Brasileiro de Segurança Pública
Josias: Operação Escudo inspira mais medo do que respeito em SP
Josias de Souza avaliou que a resposta do governo de São Paulo aos ataques contra cinco policiais inspira mais medo do que respeito. Para o colunista, "não é concebível que a resposta do Estado à bandidagem seja a reiteração da barbárie".
É perturbadora a notícia de que cinco policiais foram atacados por bandidos no intervalo de 24 horas em diferentes regiões de São Paulo. É igualmente inquietante que a resposta do Estado governado por Tarcísio de Freitas inspira mais medo do que respeito. Essa Operação Escudo não é um bom exemplo, mas é um extraordinário aviso, muito inquietante. Josias de Souza, colunista do UOL
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