Conteúdo publicado há 11 meses

Paradeiro de sérvio morto em SP foi revelado em série de TV no ano passado

Em uma entrevista transmitida na TV de Montenegro, na Europa, no fim de 2023, um membro de um grupo criminoso disse que o sérvio Darko Geisler Nedeljkovic estava no Brasil. Pouco depois, em 5 de janeiro deste ano, Darko foi morto a tiros na Baixada Santista (SP). Ele era procurado no país de origem sob a suspeita de ser matador de aluguel.

O que aconteceu

Sob anonimato, entrevistado de um programa de TV de Montenegro disse que Darko estava no Brasil. "Pelo que sei, o Geisler está vivo. Pelo que me disseram, ele está escondido no Brasil, vivendo uma vida normal", disse o homem que seria membro de uma facção na Sérvia. A entrevista foi concedida para a série documental "Sjenke", transmitida no final de 2023. Hoje, foi veiculada pelo Fantástico (TV Globo).

O programa na TV de Montenegro abordava a história de um mafioso que teria sido morto por Darko. O sérvio é acusado de ter matado Baranin Andrija Mrdak, em frente de uma prisão, em 2014, em Montenegro, na fronteira com a Sérvia. À época, as autoridades informaram que Baranin era o melhor amigo e segurança de Armim Musa Osmanagic, líder de uma máfia balcã denominada Skaljar.

Na fuga, Darko baleou a própria perna sem querer, deixando DNA na cena do crime, e era procurado desde então. Ele estava na lista vermelha da Interpol, a polícia internacional, com ordem de prisão internacional e mandado de busca, como mostrou o colunista do UOL Josmar Jozino.

Guerra entre grupos criminosos em Montenegro começou há 10 anos. Segundo a jornalista Svetlana Dokic, o conflito começou depois que um carregamento de cocaína se perdeu e houve um racha, formando duas facções (conhecidas como "clãs" no país). Svetlana é apresentadora da série "Sjenke".

Jornalista de Montenegro acha que o clã rival encontrou o sérvio no Brasil após a transmissão do episódio. "Quem encontrou o Darko foram os criminosos. Isso prova que eles estão um passo gigante a frente dos investigadores de Montenegro", relatou.

Esposa diz que não sabia sobre o passado do marido

Às autoridades, esposa de Darko disse desconhecer passado do marido. Segundo o Fantástico, Darko teria chegado ao Brasil em 2015. No ano seguinte, teria conhecido a esposa. Primeiro, teria vivido em um flat no bairro dos Jardins, em São Paulo. Depois, se mudou para a Baixada Santista com a mulher, em 2017.

Casal teve um filho no Brasil. O menino, que presenciou o assassinato do pai, tem 3 anos. Ele não foi registrado pelo pai. Em 2020, Darko e a esposa compraram um apartamento avaliado em R$ 250 mil no nome da mulher.

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Não se sabe como, quando e por onde o sérvio entrou no Brasil. Quando foi morto, Darko estava usando um passaporte esloveno falsificado, que não apontava data de entrada no Brasil, disse Fábio Mertens, chefe do escritório da Interpol no país. O sérvio também não tinha documento de identidade, CPF, carteira de habilitação ou conta bancária no país.

Câmeras de segurança mostram assassino seguindo a vítima

Assassino seguiu Darko, que estava com a esposa e o filho. Atirou no sérvio quando a família chegou em frente ao local onde morava.

Depois do crime, saiu correndo. Câmeras flagraram o criminoso trocando de roupa entre um carro e uma árvore. Depois, fugiu. Não há mais registros dele na cidade de Santos cerca de 9 minutos após cometer o crime.

A esposa e o filho do sérvio não foram feridos na ação.

Assassino do sérvio trocou de roupa após o crime na Baixada Santista (SP)
Assassino do sérvio trocou de roupa após o crime na Baixada Santista (SP) Imagem: Reprodução/TV Globo
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Ação do assassino "remonta à atividade de organizações criminosas" internacionais, diz polícia. "Os clãs, como são chamadas essas organizações no leste europeu, provavelmente buscaram exterminar a vítima que residia aqui no Brasil por motivações anteriores. Ele [Darko] era membro de uma organização criminosa e suspeito de matar membros do alto escalão de organizações criminosas do leste europeu", disse o delegado Luiz Ricardo Lara.

Há suspeitas de que assassino seja estrangeiro. Segundo Lara, as autoridades também acreditam "que outros membros dessa mesma organização criminosa [que Darko fazia parte] também possam estar em solo brasileiro".

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