'Sem Alma': quem é PM apontado como líder do grupo que matou advogado no RJ

Rafael do Nascimento Dutra é conhecido no mundo do crime como "Sem Alma". Policial militar, ele é apontado como líder do grupo de extermínio que matou a tiros o advogado Rodrigo Crespo, em 26 de fevereiro, no centro do Rio. A motivação ainda é investigada, mas a namorada da vítima disse que ele atendia clientes envolvidos com cassinos online.

O que aconteceu

Três suspeitos do crime já foram presos. Eles seriam parte do grupo de pistoleiros comandado por Rafael, que já trabalhou no Batalhão de Duque de Caxias, mas se afastou por licença médica. Hoje, o PM acumula uma longa ficha de investigações por homicídio, apesar de continuar recebendo aposentadoria da corporação.

Um processo disciplinar que apura a conduta de Rafael corre desde o ano passado, mas o PM foi reformado depois de ser convocado para se apresentar na corporação e não comparecer. Foragido da Justiça, ele não estava em casa ao ser procurado e foi considerado desertor.

O portal Rio Previdência consta que o suspeito recebe uma aposentadoria no valor líquido de R$ 6.133,58, mais do que ele ganhava até outubro do ano passado, quando deixou de constar como servidor ativo, deixando o salário de R$ 4.666.44.

O militar tirou licença da polícia em 2021, quando levou um tiro em serviço.

Sua atuação em um grupo de extermínio veio à tona com o assassinato de um miliciano em novembro de 2022. Marco Antônio Figueiredo Martins, o "Marquinho Catiri", foi morto ao sair de uma academia da qual era proprietário.

Ele ainda é investigado por pelo menos cinco homicídios. A perícia nos fuzis utilizados no assassinato de Marquinho Catiri apontou que as mesmas armas foram usadas no assassinato de outros quatro homens, incluindo um policial civil e um policial penal, todos em 2022.

Rafael ganhou o apelido de "Sem Alma" devido à crueldade com que age, de acordo com a delegacia de homicídios da capital fluminense. Seu grupo de extermínio usaria câmeras, GPS e até um drone para saber a rotina de suas vítimas.

O UOL procurou a Polícia Militar do Estado do Rio por email para pedir uma atualização sobre o processo contra Rafael, mas ainda não teve retorno. Se houver, a matéria será atualizada.

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