Conteúdo publicado há 6 meses

Suspeito de chacina em MG tirou foto com vítima no colo, diz mãe

A mãe de Heitor Felipe, 9, morto em uma chacina em Ribeirão das Neves (MG), no dia 23 de maio, publicou a foto de um dos suspeitos do ataque com o menino no colo. À época, o homem e o pai da criança, que também morreu, eram amigos, segundo a mulher.

O que aconteceu

A mãe de Heitor usou o Instagram para postar uma foto de quem ela acredita que seja o mandante do crime. O homem aparece segurando o menino que morreu no colo, ainda bebê. De acordo com a mulher, o indivíduo era comparsa do marido dela, Felipe Júnior Moreira Lima, 26, até que houve uma briga — que culminou no assassinato na última semana.

O suposto assassino foi descrito pela mulher por meio de uma música, indicando que o homem é Judas - por seu comportamento de traidor. Numa frase direta, a mãe comenta que a pessoa que aparece ali com seu filho é o mesmo que encomendou a chacina, resultando na morte de seu filho.

Numa sequência de desabafos, ela pede justiça. Em uma publicação, a mãe diz: "Não vou poupar ninguém de nada. Vocês não pouparam a vida do meu filho e nem da minha sobrinha. Me destruir vocês já conseguiram". Ela narra que conhece todos os envolvidos no crime e a dinâmica dos fatos.

Desavença

Desavença entre Felipe e suspeitos seria por conta do tráfico. A investigação da polícia diz que o homem acusado pelas mortes fazia parte de um esquema com a vítima, até que uma troca de fornecedor de droga causou o racha na parceria.

A mãe de Heitor admite que sabia das ameaças de morte e do envolvimento. Em publicação nas redes sociais, a mulher conta que se mudou de bairro com Heitor justamente por temer pelo que poderia acontecer - Felipe Júnior já haveria aberto à família as desarmonias.

Desde o início das ameaças eu evitava que meus filhos ficassem expostos na rua (...) Sempre avisei o Felipe que ele não tinha amigos. Uma frase que levo para a vida toda é: seu amigo hoje é seu inimigo amanhã. O crime é podre. Quem matou o sonho do meu filho eram pessoas que abraçavam ele, o pai dele e o pai da minha sobrinha.
Mãe de Heitor, em publicação

A mãe comentou que não imaginava que os criminosos agiriam no dia do aniversário do menino. A mulher descreveu a vítima como um bom pai.

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Um suspeito foi preso. De acordo com a Polícia Civil de Minas Gerais, um homem de 23 anos já está à disposição da Justiça. Ele foi encontrado em um hospital com feridas de perfuração, pois teria sido atingido por tiros durante um embate corporal com vítimas da chacina. Seu comparsa atirou contra as pessoas que reagiram e acabou o acertando. (Leia nota abaixo)

Um homem segue foragido. O segundo homem, de 26 anos, que teria disparado contra as vítimas segue foragido, informou a polícia.

As mortes

Felipe Junior Lima, Heitor Felipe e Laisa Emanuele de Oliveira, 11, foram mortos por disparos de arma de fogo após a festa de aniversário do menino. Boa parte dos convidados já havia ido embora quando dois homens invadiram o local e alvejaram as vítimas.

Três pessoas morreram e mais três ficaram feridas. As vítimas que sobreviveram seguem em tratamento médico, uma delas, Jéssica Bolina, está precisando de doação de sangue para sobreviver.

O pequeno Heitor era atleta. O menino chegou a atuar nas categorias de base do Atlético Mineiro, no sub-8.

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Protestos e pedidos de justiça

No fim da tarde desta segunda-feira (27), familiares fizeram uma manifestação. Pedindo justiça pela morte das crianças, a mãe, parentes e amigos interditaram uma via próxima à Cidade Administrativa gritando por justiça.

A mãe de Felipe Júnior e avó de Heitor também participou do ato. Ela portou um cartaz dizendo que os criminosos "mataram sonhos", lamentando as mortes precoces de Heitor e Laisa. A mãe de Heitor, por sua vez, disse que "nada vai trazer seu filho, sua sobrinha e Felipe de volta, mas que os responsáveis pelas mortes nunca terão paz".

O suspeito, de 23 anos, que foi localizado em unidade hospitalar, no município de Contagem, onde segue sob escolta policial, foi autuado em flagrante delito por cometer triplo homicídio qualificado, foi recolhido no sistema prisional e encontra-se à disposição da justiça. A PCMG esclarece que a autoridade policial também representou pela decretação da prisão temporária do suspeito pelo prazo de 30 dias, podendo ser prorrogada. A investigação encontra-se em andamento a fim de identificar e localizar demais suspeitos. Novas informações poderão ser divulgadas em momento oportuno.
Polícia Civil de Minas Gerais, em nota

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