Suspeita de desviar Pix ao RS atuou em 'versão agreste' de The Walking Dead

A mulher presa nesta quinta-feira (13) por supostamente desviar doações via Pix para o Rio Grande do Sul atuou na série digital "The Walking Agreste", uma adaptação para o Youtube do famoso seriado norte-americano.

O que aconteceu

Regina Belo interpretou a personagem "Zumira" na série. A adaptação foi publicada de 2017 a 2023 e foi criada pela youtuber Dinah Moraes, que tem mais de 6 milhões de inscritos no canal.

Quando a série chegou à fase final, Regina publicou uma foto ao lado do elenco durante as gravações. "Episódio final de The Walking Agreste já está no ar no canal da Dinah Moraes no Youtube! Vai deixar saudades. Obrigada, Dinah, pela oportunidade. Obrigada a todos pelo carinho", escreveu na descrição do post.

O UOL tenta contato com a equipe da adaptação e com a youtuber. Se houver resposta, o texto será atualizado.

Regina foi presa ao lado do marido, Aldanísio Paiva, que também participaria do esquema. Os dois se identificam nas redes sociais como atores.

A suspeita também se identifica como criadora de conteúdo digital. Ela diz que é apresentadora do programa "Bem-estar", da rádio FM Benfica, mas a emissora afirma que ela era "independente".

O podcast que a suspeita apresentava foi suspenso pela rádio. "O referido podcast foi retirado da grade da nossa programação, pois não compactuamos com práticas criminosas", informou a emissora.

Entenda o caso

O casal foi detido no Ceará após investigação apontar fraude e desvio de doações que seriam destinadas ao Rio Grande do Sul.

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Aldanísio Paiva e Regina Belo, ambos de 50 anos, foram presos preventivamente em casa, em Fortaleza, nesta quinta. Também foi realizada busca e apreensão na residência deles, onde documentos falsos foram localizados. Caso faz parte das investigações da Operação Dilúvio Moral, da Polícia Civil do Rio Grande do Sul, que contou com apoio da polícia no Ceará.

Dupla fraudou chaves Pix para desviar recursos que seriam doados ao RS. Para a fraude, os dois abriam contas com documentos falsos e criavam endereços similares aos utilizados em campanhas de arrecadação para as enchentes.

Cadastro alterava apenas um dígito da chave verdadeira. Assim, os valores de contribuições eram desviados quando as vítimas se equivocassem na hora de digitar os dados para enviar o dinheiro.

Entre os alvos estavam campanhas de doação de influenciadoras digitais para o cuidado de animais resgatados. Por serem informações amplamente divulgadas nas redes sociais, as organizadoras começaram a receber mensagens de seguidores que notaram o erro no destinatário.

Casal criou cerca de 235 chaves Pix distintas. A investigação revelou que, somente em maio, novos cadastros foram realizados todos os dias pela dupla.

O UOL tenta localizar a defesa do casal. O espaço fica aberto para manifestações.

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