Agressão e acusação de golpe: quem é mulher presa por atropelamento em SP
Jaqueline Santos Ludovico, 33, foi presa em flagrante por lesão corporal após atropelar um homem na madrugada da última sexta-feira (14), na Barra Funda, zona oeste da capital.
Mulher é a empresária que atacou um casal gay em uma padaria de São Paulo em fevereiro deste ano. Ela também é acusada de golpe por outra mulher em um processo que corre na Justiça de Santa Catarina.
Ataque homofóbico em São Paulo
Jaqueline Santos Ludovico proferiu insultos com tons de homofobia contra o casal Rafael Gonzaga e Adrian Grasson. As vítimas, segundo relatado no boletim de ocorrência, teriam sido impedidas pela empresária de estacionar numa padaria na Santa Cecília, região central da capital paulista. Ela ainda teria batido no retrovisor do veículo e chamado o motorista de "viado folgado", além de ter atirado um cone contra as vítimas.
Após os três entrarem na padaria, a discussão continuou, e a mulher teria agredido o casal, provocando sangramento em ambos. Os xingamentos e parte das agressões foram parcialmente gravados pelo casal, que divulgou o vídeo nas redes sociais.
Em determinado trecho do vídeo, é possível ouvir a mulher dizer que "os valores estão sendo invertidos". "Eu sou de família tradicional. Eu tenho educação. Diferença dessa porr# aí". Outras pessoas presentes na padaria também foram ofendidas. "Eu sou branca (...) olha o mimimi aí. Chama a polícia, vamos ver quem vai preso aqui", emendou.
Na época, o caso passou a ser investigado pela Decradi (Delegacia de Repressão aos Crimes Raciais contra a Diversidade Sexual e de Gênero e outros Delitos de Intolerância). A defesa de Jaqueline classificou a reação ao caso como uma "injustiça" e declarou que "há duas versões dos fatos".
O Ministério Público de São Paulo denunciou Jaqueline a Justiça a tornou ré em maio. Em caso de condenação, ela pode ser presa —com a pena máxima prevista em lei podendo chegar a 12 anos.
Ação por golpe de R$ 200 mil na Justiça
Jaqueline também é acusada de praticar um golpe de R$ 200 mil. A empresária teria recebido sem prestar serviços de publicidade a uma cliente de Tubarão, em Santa Catarina. A vítima, Viviane Vicente, trava uma batalha na Justiça para obter o ressarcimento e o caso tramita desde 6 de dezembro de 2021 na 2ª Vara Cível da Comarca de Tubarão.
Viviane teria contratado os serviços de publicidade da JSL Marketing e Assessoria, de propriedade de Jaqueline. Ela queria promover na internet a retífica do irmão, Ênio Vicente. A catarinense afirma que fez pagamentos que somam R$ 200.263, mas que não recebeu qualquer anúncio previsto em contrato, segundo o advogado Carlos Eduardo Conceição.
Ela ainda relata, no processo, extorsão de Jaqueline ao cobrar pelas mensalidades impostas no contrato. A empresária teria ameaçado incluir o nome da retífica no cadastro de restrições da Receita Federal caso os irmãos Vicente não efetuassem os depósitos. Os pagamentos ocorreram via Pix entre setembro e novembro de 2021.
Viviane foi vítima do chamado "golpe da falsa publicidade", segundo seu advogado. Esse golpe ocorre quando o suposto golpista oferece um serviço de publicidade de anúncios, recebe pela promessa, mas não cumpre o combinado.
O UOL teve acesso ao processo. Em maio, ambas as partes receberam uma intimação eletrônica — e essa foi a última atualização do caso. A reportagem procurou os advogados que constam como representantes de Jaqueline no processo, mas ainda não obteve retorno. Se houver resposta, o texto será atualizado.
Fuga do local do acidente
Atropelamento aconteceu na Avenida Francisco Matarazzo. Segundo a polícia, Jaqueline fugiu após atingir a vítima com seu carro, mas voltou ao local e foi presa. Os policiais constataram que ela apresentava sinais de embriaguez, mas se negou a ser submetida ao teste do bafômetro.
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Quero receberCâmeras de monitoramento flagraram o atropelamento. As imagens mostram quando o homem sinaliza para a motorista do carro que está sobre a faixa de pedestre. O veículo não freia e acaba atropelando o pedestre. A mulher que dirigia o carro seguiu adiante com o veículo, mas depois retornou acompanhada de uma irmã.
Ela foi encaminhada ao 91.º DP (Ceasa) e o caso foi registrado como lesão corporal culposa na direção de veículo, fuga de local de acidente e embriaguez ao volante. A vítima, de 32 anos, foi levada para o Hospital São Camilo, unidade Santana, ficou em observação e já recebeu alta.
Jaqueline passou por audiência de custódia e obteve o benefício da prisão domiciliar por ter filhos pequenos.
*Com Estadão Conteúdo
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