Conteúdo publicado há 3 meses

Brasil pedirá à Itália informações sobre a delação de mafioso ligado ao PCC

Autoridades brasileiras devem ir à Itália acessar detalhes da delação do mafioso Vincenzo Pasquino, apontado como colaborador das facções criminosas PCC (Primeiro Comando da Capital) e CV (Comando Vermelho). As informações foram dadas pelo secretário Nacional de Segurança Pública, Mário Sarrubbo, à TV Globo.

O que aconteceu

Sarrubbo adiantou que a delação confirma dados com os quais o Brasil já tinha acesso. "O crime organizado no Brasil é transnacional. Já existem profissionais da área de segurança e da Justiça trabalhando. Eles devem, inclusive, se deslocar à Itália. São informações que temos a expectativa de que sejam importantes para a desestruturação dessas organizações criminosas".

O chefe da Direção Nacional Antimáfia e Antiterrorismo da Itália, Giovanni Melillo, defendeu a colaboração entre os dois países. "As organizações [criminosas] estão trocando informações e compartilhando métodos de trabalho que multiplicam o perigo. O nosso empenho é para agir na mesma velocidade através das fronteiras. A presença da Ndrangheta [facção italiana] no Brasil é preocupante, do ponto de vista italiano e do ponto de vista da América Latina", disse à TV Globo.

Acordo de delação

Em junho, Giovanni Melillo informou à PGR que o mafioso italiano Vincenzo Pasquino, extraditado pelo Brasil em março, havia concordado com o acordo de delação. O objetivo era detalhar as ligações entre a Ndrangheta e o PCC, de São Paulo, e o CV, do Rio de Janeiro.

O italiano teria fornecido informações "relevantes". Melillo disse que o mafioso compartilhou "declarações e confissões que parecem relevantes para investigações reservadas à jurisdição da República do Brasil".

Pasquino disse integrar a Ndrangheta desde 2011 e que trabalhava no Brasil desde 2017. Por aqui, ele era o responsável pela logística do envio de drogas para a Europa.

Ele havia estabelecido base no bairro do Tatuapé, zona leste de São Paulo. Essa região da cidade abriga inúmeros imóveis de luxo do PCC e é apelidada por promotores paulistas de "Little Italy", em referência a uma área homônima de Nova York antes dominada pela máfia.

*com informações da Ansa

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