Últimas notícias da queda do avião da Voepass: 17 corpos são identificados

O Instituto Médico Legal (IML) identificou, até a manhã desta segunda-feira (12), 17 corpos das vítimas do acidente aéreo envolvendo a Voepass, ocorrido na última sexta-feira em Vinhedo (SP). Desses, oito corpos já foram liberados para os familiares.

Identificação das vítimas

A unidade central do IML, na capital paulista, está trabalhando exclusivamente na identificação das vítimas do acidente. Além dos corpos já liberados, outros nove estão em fase de documentação para serem entregues às famílias.

O governo de São Paulo acolheu 51 famílias das vítimas no Instituto Oscar Freire, um espaço próximo ao IML. Durante esses atendimentos, os familiares fornecem informações que auxiliam os peritos, além de cederem material biológico, conforme informado pela Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP) em nota oficial.

As famílias que moram em Cascavel e em Ribeirão Preto têm a opção de fornecer material biológico nos núcleos locais do IML, caso prefiram não se deslocar até a capital paulista.

Até o momento, foram coletadas amostras de DNA de 28 famílias em São Paulo e de outras 17 em Cascavel, no Paraná. O trabalho de identificação de corpos envolve médicos, peritos em odontologia legal, antropólogos e especialistas em radiologia.

Como é o trabalho no IML

O Corpo de Bombeiros concluiu a remoção das vítimas às 18h30 de sábado (10). Ao todo, 62 corpos, sendo 34 masculinos e 28 femininos, foram encaminhados para o IML.

A inteligência da polícia está identificando os corpos por análise da arcada dentária, DNA e coleta de impressões digitais. Materiais genéticos de mãe, pai ou avós maternos são necessários. Cada pessoa herda metade do DNA de sua mãe e metade do pai —isso significa que o DNA dos pais pode ser usado com precisão para identificar os restos mortais de seus filhos, pois há uma correspondência direta.

Inquérito policial

A Polícia Civil de São Paulo instaurou um inquérito para investigar as causas do acidente aéreo. Essa investigação ocorre em paralelo à apuração conduzida pelo Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos).

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Como ocorreu a queda

Avião saiu de Cascavel (PR) com destino a Guarulhos (SP) com 58 passageiros e quatro tripulantes. Ele decolou às 11h50 e pousaria às 13h45, segundo o FlightAware.

Aeronave despencou 13 mil pés (4.000 metros) em dois minutos. O registro de voo do Flight Radar mostra que o avião estava a 17 mil pés de altitude às 13h20 e a 4.000 pés às 13h22, quando o sinal de GPS foi perdido pela plataforma. A aeronave caiu pouco mais de 20 minutos antes de pousar.

Casas de condomínio residencial foram atingidas após a queda. O Corpo de Bombeiros mandou sete equipes para a rua João Edueta. Em imagens gravadas por moradores da região do Distrito Industrial, é possível ver o momento em que a aeronave despenca.

Como era o avião

Imagem aérea mostra um gramado com destroços de um avião branco e do lado direito o telhado de uma casa
Imagem aérea mostra um gramado com destroços de um avião branco e do lado direito o telhado de uma casa Imagem: Isaac Fontana/EPA
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O modelo ATR-72 era operado pela Voepass Linhas Aéreas e tinha capacidade para 68 passageiros. O Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos) informou que a aeronave estava com a documentação em dia e autorizada a voar. O órgão responsável pelas investigações revelou também que os pilotos tinham o treinamento e as capacidades para operar a aeronave.

O CEO da Voepass, Eduardo Busch, destacou a experiência da tripulação. O comandante, Danilo Santos Romano, tinha 5.202 horas de voo. O copiloto, Humberto Campos de Alencar, acumulara 5.100 horas.

A companhia acrescentou que o avião passou por manutenção de rotina na noite anterior à da queda. O trabalho foi realizado na base da empresa, em Ribeirão Preto (SP).

O que causou o acidente

Versão sobre gelo acumulado na fuselagem ter causado perda de sustentação não é confirmada e nem descartada pelos investigadores. Eles dizem que o trabalho está só começando e é precoce apontar causas.

Os militares ressaltaram que é prematuro considerar o gelo como motivo de a aeronave descer em espiral até o impacto. Por seguir métodos científicos, a investigação pode demorar anos. As apurações de maiores acidentes aéreos com brasileiros costumam durar dois anos.

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O acúmulo de gelo é uma possibilidade admitida pela Voepass. Mas o sistema de degelo funcionava normalmente no momento do acidente, segundo Marcel Moura, diretor de Operações da companhia aérea. Assim como os investigadores, ele acrescentou que é precoce apontar o gelo como causa da queda.

 Vista aérea dos destroços de um avião que caiu com 62 pessoas a bordo em Vinhedo, estado de São Paulo
Vista aérea dos destroços de um avião que caiu com 62 pessoas a bordo em Vinhedo, estado de São Paulo Imagem: MIGUEL SCHINCARIOL/AFP

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