Conteúdo publicado há 17 dias

Menino de 7 anos é acusado de furtar doce em loja; mãe denuncia racismo

Um menino negro de 7 anos foi acusado de furtar uma bolacha enquanto fazia compras com a mãe em uma loja de doces em Cidade Tiradentes, zona leste de São Paulo. O caso aconteceu na última quinta (22).

O que aconteceu

Gerente abordou família no caixa dizendo que viu o menino roubando uma bolacha pelas câmeras da loja, relatou a mãe Giovanna Oliveira nas redes. "Falei pra ele provar. Ele subiu, olhou a câmera e veio pedir desculpa, e o constrangimento?".

Em um vídeo publicado por Giovanna, o menino diz: "Eu não roubei nada". Ela defende o filho e diz que ele não precisa ficar assustado com a situação.

Eles faziam compras para a festa de aniversário do menino, marcada para sexta (23). "Somos negros, mas somos honestos. Isso foi racismo, preconceito", escreveu ela.

Família vai processar a loja Magic Doces por racismo. "A gente acredita que a maior responsabilidade é da loja, que detém funcionários sem o devido treinamento, funcionários não capacitados. Às vezes, eles preferem um funcionário com menos qualificação, mas que seja um pouco mais agressivo por estarem normalmente em regiões periféricas", afirmou o advogado José Luiz de Oliveira Júnior.

O peso do que aconteceu nesse aspecto é de um crime inafiançável e imprescritível que esbarra no artigo 5º da Constituição, na dignidade da pessoa humana e todos nós somos iguais em direitos e deveres. Esse tipo de violação é uma das mais graves porque somos um país de 500 anos, com 388 anos de escravidão, ou seja, nós temos reflexo disso diariamente. É uma ferida, eu chamo de herança maldita, que precisa ser extirpada no nosso meio.
Advogado José Luiz

Loja publicou uma nota de esclarecimento nas redes, mas tirou seus perfis do ar após críticas. No texto, a empresa dizia que tratou a situação com a cliente, oferecendo suporte à família e propondo diálogo, mas que "a mãe da criança optou por não seguir com a resolução em comum acordo e decidiu publicar vídeos nas redes sociais".

Empresa diz que não compactua com atitudes discriminatórias ou preconceituosas. "O funcionário envolvido está sendo orientado e, após a apuração completa dos fatos, sendo constatada qualquer irregularidade, todas as providências serão tomadas para que nenhuma ocorrência semelhante venha a ocorrer". O UOL tenta contato pelos canais da empresa desde a manhã de hoje.

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