Caso de corretora morta em 2018 tem reviravolta; sogro é denunciado, diz TV
O sogro da corretora Karina Garofalo, morta a tiros no Rio de Janeiro em 2018, é um dos mandantes do assassinato. É o que aponta denúncia do MP-RJ apresentada à Justiça, segundo reportagem do Fantástico, da TV Globo, deste domingo (15).
O que aconteceu
Pedro Paulo Barros Pereira teria ordenado o crime com o filho, ex-marido de Karina. Até então, a polícia acreditava que o assassinato havia sido motivado por ciúmes e disputa de bens entre a corretora e Pedro Paulo Barros Pereira Júnior, que está preso há seis anos.
O MP-RJ acredita que a disputa entre Karina e Júnior também incomodava o patriarca da família. Segundo o Fantástico, uma das irmãs da vítima disse em depoimento que a corretora foi procurada pelo sogro e que ele exigiu que ela assinasse um documento passando imóveis para o nome dele.
Karina e Júnior estavam separados havia cinco anos. "Era um processo de uma casa na Barra, que valia mais ou menos uns R$ 3 milhões, um sítio que eu comprei para fazer um haras e um carro no valor de R$ 60 mil... Essa era a divisão de bens", disse o ex-marido em depoimento à Justiça.
A corretora não teria concordado com a exigência, e Pedro Paulo pai teria dito: "Estou sentindo gosto de sangue na boca. Estou vendo sangue".
O sogro da vítima responde à nova investigação em liberdade. "A tese da defesa do senhor Pedro Paulo (pai) é sempre de negativa de autoria, uma vez que ele não tem qualquer participação nesses fatos", afirma o advogado de defesa Rafael Mattos.
Disputa entre pai e filho
Apesar do MP-RJ indicar uma aliança entre pai e filho, os dois podem virar adversários na Justiça. A defesa do ex-marido disse ao Fantástico que há mais indícios contra o patriarca.
"Eu vou fazer a defesa do Júnior e vou acusar o pai dele", disse a advogada Mariana Nery. "Eu afirmo que tem muito mais indícios contra um suposto segundo mandante do que contra o Júnior."
O advogado Rafael Mattos, que representa o ex-marido da vítima, rebateu. "É uma tese bastante temerária, tentar tirar a responsabilidade de um colocando a responsabilidade no outro".
Pedro Paulo Júnior e o executor do assassinato, o primo Paulo Maurício, estão presos. Hamir Feitosa Todorovic, que teria ajudado na execução, também foi condenado, mas morreu de câncer enquanto cumpria prisão domiciliar.
A defesa de Paulo Maurício diz que ele "não cometeu esse crime a mando de ninguém". "Ele teve um surto psicótico e acabou, infelizmente, ceifando a vida da sra. Karina. E isso vem sendo alegado como única tese defensiva desde o início do processo", afirmou o advogado Marcelo Masô.
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