Corpo concretado e 950 celulares: os detalhes macabros do caso Anic
A Polícia Civil do Rio de Janeiro confirmou que um corpo encontrado concretado em um muro é de Anic de Almeida Peixoto Herdy, que havia desaparecido em 29 de fevereiro deste ano. Uma perícia odontológica certificou a identidade da advogada.
O que aconteceu
Policiais encontraram o corpo na quarta-feira (25) na casa de Lourival Correa Netto Fadiga, assassino confesso. Ele indicou o local, em Teresópolis, interior do estado.
Corpo estava no muro da garagem. Lourival contou à polícia que aproveitou a obra de um muro para esconder o cadáver no mesmo dia do desaparecimento. Ele era funcionário da família e, segundo a polícia, amante de Anic.
Aliança e silicones preservados. Anic usava a aliança com o nome do marido, com quem era casada havia 20 anos. O corpo da advogada também tinha próteses de silicone que ela tinha implantado em um procedimento cirúrgico.
Algema em um dos pulsos dela chamaram a atenção dos investigadores. Os policiais também identificaram um fitilho de plástico no pescoço, indicativo de que a vítima pode ter sido morta por esganadura.
Relembre o caso
Anic, 54, era advogada e estudante de psicologia. Estava casada havia duas décadas com Benjamin Cordeiro Herdy, 78, herdeiro de uma família que foi proprietária de um importante grupo educacional no Rio.
A mulher desapareceu no fim da manhã de 29 de fevereiro, pouco depois de deixar a pé um shopping de Petrópolis. Imagens do circuito de monitoramento do centro comercial mostram o momento em que ela estaciona o carro e troca mensagens por celular. Minutos depois, uma câmera do lado de fora flagra a advogada atravessando uma rua. Depois disso, ela não foi mais vista.
No mesmo dia, Benjamin recebeu mensagens de um dos celulares utilizados pela mulher. Os textos exigiam pagamento de resgate no total de R$ 4,6 milhões, diziam que a casa da família estava sendo monitorada em tempo real e que ninguém deveria acionar a polícia. O resgate foi pago nos dias seguintes, mediante transferências bancárias e saque em espécie.
A Polícia Civil de Petrópolis só foi acionada duas semanas após o desaparecimento. Àquela altura, o resgate já havia sido pago. Os agentes foram informados do desaparecimento após a denúncia de uma filha, que chegou a gravar uma conversa entre Benjamin e Lourival.
Trabalho de investigação levou aos acusados. Os policiais acessaram os telefones de todos os envolvidos e cruzaram dados de localização do dia do sequestro e do pagamento dos resgates. Segundo mostrou o Fantástico, da TV Globo, foi possível comprovar que Lourival não esteve em uma favela para supostamente pagar os criminosos, mas em uma concessionária na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio.
Compra de quase mil celulares. No local onde esteve, ele comprou uma caminhonete avaliada em R$ 500 mil e uma moto. Também adquiriu 950 aparelhos celulares, que foram levados a uma loja da família.
*Com informações do Estadão Conteúdo
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