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Após pressão, Enel pede ajuda a outros países para reverter apagão em SP

A Enel, empresa responsável pelo fornecimento de energia em São Paulo, anunciou o reforço de técnicos vindos de outros países para ajudar a reverter o apagão que deixou pelo menos 2,1 milhões de pessoas sem luz na capital e na região metropolitana. Até às 18h30, cerca de 340 mil clientes permaneciam sem energia quase três dias depois de tempestade.

O que aconteceu

Reforço internacional de outras distribuidoras começaram a chegar ao Brasil nesta segunda-feira (14). Os profissionais do Chile e da Argentina iniciaram os trabalhos hoje, segundo informou a Enel ao UOL. Os da Itália e Espanha devem iniciar nesta terça. Ao todo, são 65 técnicos que vieram para reforçar os trabalhos em áreas afetadas.

Enel também recebeu apoio de distribuidoras que atuam no Brasil. Equipes que trabalham em bases do Rio de Janeiro e do Ceará também foram convocadas e chegaram a São Paulo no fim de semana. Com o reforço, o número é de 2,9 mil técnicos atuando em campo para resolver o problema da rede elétrica.

A Enel Distribuição São Paulo tem trabalhado incessantemente, desde a noite de sexta-feira, quando a área de concessão foi atingida por rajadas de vento de até 107 km/h provocando danos severos na rede elétrica. A companhia reforçou as equipes próprias em campo, recebeu apoio de técnicos de outras distribuidoras e deslocou profissionais de outros Estados.
Trecho de comunicado enviado pela Enel

Cera de 340 mil clientes continuavam sem luz até às 18h30, três dias após apagão, na capital e na Grande São Paulo. Até o momento, 1,7 milhão de casas tiveram a energia restabelecida, segundo a empresa. O número corresponde a pontos de instalação —como em cada casa podem morar diversas pessoas, o número de pessoas afetadas pode ser bem maior. A Enel diz que trechos inteiros da rede foram danificados e será preciso reconstruir, trocar postes, transformadores e outros equipamentos. Dois helicópteros são usados para identificar falhas em locais de difícil acesso.

Chuva e vendaval atingiram a Grande SP na noite da última sexta. Conforme a Enel, as regiões oeste e sul da capital foram as mais atingidas, além dos municípios de Carapicuíba, Taboão da Serra, Cotia, Osasco e Barueri. A capital registrou ventos com velocidade de 107,6km/h, considerada a maior desde 1995. Segundo a Defesa Civil, essa velocidade foi verificada na estação meteorológica de Interlagos, na zona sul. As rajadas mais fortes registradas até então tinham sido em novembro do ano passado, também na capital, quando a velocidade chegou a 103,7km/h

Empresa informou que orienta os clientes que estão sem energia que priorizem os canais digitais para abrirem chamados. São eles:

  • Enviar gratuitamente um SMS do seu celular para o número 27373 com a palavra LUZ e o número da instalação que está sem energia, exemplo: LUZ 012345678;
  • baixar o App Enel na loja de aplicativo iOS ou Android;
  • ou enviar mensagem para o WhatsApp: (21) 99601-9608.

Pressão do governo federal

Governo Lula faz críticas à Enel e ameaça renovação de concessão. O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, chegou a dizer que a falta de planejamento urbanístico na área de concessão da Enel-SP "beirou a burrice", colocando uma parcela significativa de responsabilidade na Enel pelo apagão ocorrido na sexta (11). O ministro deu ainda o prazo de três dias para a Enel resolver todos os problemas de maior volume.

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Ministro Vinícius Carvalho, da CGU, disse que Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) fará processo contra a Enel. Isso poderia, em tese, resultar na caducidade da concessão. No entanto, Carvalho enfatizou que essa é uma possibilidade remota e que o processo administrativo seguirá os prazos estabelecidos pela legislação do setor.

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