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Com presidente preso, partido de Witzel terá ex-juíza como candidata no RJ

31.ago.2020 - Ex-juíza Glória Heloiza foi escolhida por unanimidade pelo PSC, partido de Wilson Witzel, como candidata à Prefeitura do Rio. Deputado federal Otoni de Paula (na foto) concorreu à candidatura - Divulgação
31.ago.2020 - Ex-juíza Glória Heloiza foi escolhida por unanimidade pelo PSC, partido de Wilson Witzel, como candidata à Prefeitura do Rio. Deputado federal Otoni de Paula (na foto) concorreu à candidatura Imagem: Divulgação

Herculano Barreto Filho

Do UOL, no Rio

01/09/2020 14h00

Resumo da notícia

  • Candidata se refere a PSC como uma família, mas não cita Witzel em discurso
  • Partido também anunciou candidaturas para vereador do Rio
  • Cerimônia teve pouco mais de duas horas de duração

O PSC, partido de Wilson Witzel, governador afastado do Rio, anunciou ontem à noite a candidatura para a prefeitura da capital fluminense. A também ex-juíza Glória Heloiza foi escolhida para a disputa das eleições municipais após uma convenção com pouco mais de duas horas de duração no hotel Windsor Guanabara, no centro do Rio.

A escolha da ex-juíza —perfil semelhante ao de Wilson Witzel— aconteceu três dias após o Pastor Everaldo, presidente nacional do PSC, ser preso por envolvimento em suposto esquema de corrupção no governo do Rio na mesma decisão que afastou Witzel do cargo. Witzel e Cláudio Castro, governador em exercício e também filiado ao partido, não participaram da cerimônia.

Apesar de não possuir cargo no Executivo do RJ, Pastor Everaldo é associado ao loteamento de cargos e indicações políticas em órgãos como o Detran e a Cedae.

Escolhida por unanimidade em disputa contra o deputado federal Otoni de Paula, a ex-juíza Glória Heloiza disse em seu discurso que o partido "trabalha com honra e dignidade" e se referiu ao PSC como uma família. "Vamos conquistar a cidade e mostrar que a família PSC trabalha com honra e dignidade."

Ela não citou contudo as investigações conduzidas pelo MPF (Ministério Público Federal), que apontam Witzel como suspeito de receber mais de R$ 500 mil de propinas de empresários da saúde com contratos com o governo fluminense. Glória também não comentou a prisão do Pastor Everaldo.

Otoni também se manifestou destacando a importância do processo democrático no partido. "Coloquei meu nome [na disputa] por entender que estamos no exercício da democracia, que poderia contribuir positivamente para o meu partido."

Segundo pessoas ligadas ao PSC, a cerimônia foi focada apenas na apresentação dos candidatos, com votos em uma sala reservada e anúncio do resultado.

A convenção também definiu as candidaturas a vereador pelo PSC no Rio. Com a presença de cerca de cem pessoas, o evento aconteceu seguindo os protocolos de distanciamento social, com acesso restrito, segundo informou o partido. A cerimônia foi conduzida por Bruno Chagas, presidente do diretório municipal do PSC.