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Kassab veta apoio de PSD à chapa costurada por aliados de Bolsonaro no Rio

O ex-ministro Gilberto Kassab é presidente do PSD - Amanda Perobelli/Estadão Conteúdo
O ex-ministro Gilberto Kassab é presidente do PSD Imagem: Amanda Perobelli/Estadão Conteúdo

Maria Luisa de Melo

Colaboração para o UOL, no Rio

07/09/2020 17h29Atualizada em 07/09/2020 18h43

Presidente nacional do PSD, o ex-ministro Gilberto Kassab vetou a aliança que vinha sendo costurada entre sua legenda com o PSL, do deputado federal Luciano Bivar, e o PTB, liderado por Roberto Jefferson.

Juntas, as três legendas aliadas do presidente da República no Congresso Nacional seriam responsáveis por rachar o bolsonarismo no Rio de Janeiro, fazendo concorrência ao prefeito Marcelo Crivella (Republicanos). Candidato à reeleição, Crivella conta com o apoio de Jair Bolsonaro e de seus filhos Carlos e Flávio Bolsonaro —vereador do Rio e senador da República, respectivamente.

A decisão de Kassab foi anunciada nesta segunda-feira (7) pelo deputado federal Hugo Leal (PSD), pré-candidato da sigla à Prefeitura do Rio.

Pré-candidatos à Prefeitura do Rio, Cristiane Brasil, do PTB, e Hugo Leal (ao centro), do PSD, firmaram acordo - Divulgação - Divulgação
Encontro entre os pré-candidatos à Prefeitura do Rio Cristiane Brasil, do PTB, e Hugo Leal (ao centro), do PSD; aliança não foi referendada pela direção nacional do PSD
Imagem: Divulgação
Questionado sobre a mudança de rumo, depois de ter se reunido com integrantes do PSL e do PTB, com direito até a foto de rostinhos colados, Leal explicou. "Não tivemos o aval da direção nacional".

Segundo ele, há grande preocupação da sigla em ter uma chapa própria para divulgar seus vereadores. Mas o UOL apurou que Kassab não quer entrar na briga dos bolsonaristas porque participa do governo Bolsonaro com a indicação do ministro das Comunicações, Fábio Faria.

Oficialmente, Leal defende que a escolha foi pensando na vereança.

"Nossa nominata tem 55 candidatos, sendo três [vereadores] já de mandato. Mas, como temos outras estrelas, estamos trabalhando para fazer de cinco a seis cadeiras na Câmara Municipal do Rio", afirmou ao UOL.

Pode haver mudanças nas chapas até o dia 16, quando termina o prazo para as convenções partidárias.

PSL pode ter novo candidato

O acordo que começou a ser costurado entre PSL, PTB e PSD no último sábado indicava que o candidato do grupo à Prefeitura seria o nadador e deputado federal Luiz Lima. De vice, Lima contaria com a também federal Cristiane Brasil (PTB). Leal (PSD), por sua vez, entraria apenas como apoiador, abrindo mão de sua candidatura própria.

No entanto, com a perda do PSD, o plano enfraqueceu. Segundo o UOL apurou, o PSL pode desistir de apostar em Lima em detrimento do deputado estadual Rodrigo Amorim (PSL), pré-candidato até então.

Questionada sobre a mudança, Cristiane Brasil limitou-se a dizer: "Não sei exatamente o que aconteceu".

Pesquisas internas do PSL indicavam que Lima e Cristiane eram menos conhecidos do que Amorim. O deputado estadual, por sua vez, teria uma rejeição maior do que a de Lima.

Procurado para comentar se seu nome continua na cabeça de chapa do PSL, Luiz Lima diz que prefere esperar: "Estou aguardando a decisão da Executiva nacional".

Presidente do diretório estadual do PSL-RJ, o deputado federal Sargento Gurgel pede cautela. Sobre a desistência do PSD, ele diz: "Por enquanto, nada mudou". E acrescenta que a legenda ainda não bateu o martelo sobre a escolha do possível cabeça de chapa. "Amorim e Luiz ainda estão no páreo".