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Após ser vinculado a Doria, Covas vai para o ataque: "Bolsa Crack do PT"

Do UOL, em São Paulo

01/10/2020 23h07Atualizada em 02/10/2020 04h36

No primeiro debate entre candidatos à Prefeitura de São Paulo, o candidato Bruno Covas (PSDB) partiu para o ataque a Jilmar Tatto (PT) ao responder sobre medidas para a cracolândia. O petista defendia a volta do programa De Braços Abertos, que foi finalizado durante a gestão tucana.

"São dependentes químicos que precisam de amor, de carinho e assim que o [governador João] Doria e o Bruno assumiram a prefeitura esparramaram, usaram violência contra essas pessoas", afirmou Tatto.

Covas respondeu: "Acabamos mesmo com a Bolsa Crack do PT. Temos uma ação social de acolhimento, de roupa, de saúde, de tratamento das pessoas, de segurança, combate ao crime organizado e trabalho para dar porta de saída para aqueles que desejam".

"Quem tem dentro de casa algum familiar dependente de álcool ou droga sabe o tamanho do desafio", completou.

A cracolândia despontou como um dos principais temas da pré-campanha eleitoral à Prefeitura de São Paulo neste ano. Entre denúncias, polêmicas e pautas propositivas, a região no centro da capital, conhecida pela concentração de usuários de crack, tem sido o alvo no período pré-eleitoral.

Uma polêmica com o padre Julio Lancellotti, que atua com moradores de rua na região, envolveu os candidatos Arthur do Val (Patriota), que atacou o trabalho, e Covas, que saiu em sua defesa. Guilherme Boulos (PSOL) pegou carona na discussão para criticar as medidas implantadas pela prefeitura.

"Nunca, nesses quatro anos em que estive na prefeitura, ele [Lancellotti] reclamou alguma coisa para ele. Ele sempre foi lá pedir coisas para as pessoas em situação de rua, exigir melhores tratamentos. Então, alguns podem até discordar do trabalho que é feito por ele, mas querer atacar a pessoa do padre Julio é inaceitável", disse.

Covas já defendeu sua gestão no local, que chama de "assistencial" e diz visitar regularmente. "Nós tínhamos um fluxo no início da gestão [2017] de 4.000 pessoas ali. A gente já conseguiu reduzir para 1.400 e vamos continuar insistindo", afirmou.

Por outro lado, as operações feitas junto ao governo estadual são consideradas "violentas" por ONGs que trabalham no local.