Polícia Federal diz que poderá identificar origem de fake news nas eleições
O ministro da Justiça, André Mendonça, e o diretor-geral da Polícia Federal, Rolando de Souza, afirmaram hoje que será possível identificar a origem de notícias falsas disseminadas nas eleições com o objetivo de prejudicar candidatos adversários.
"A Polícia Federal recentemente adquiriu equipamentos que permitem, em questão de um dia talvez, identificar a origem da primeira notícia, quem foi o emissor da primeira notícia", disse Mendonça.
"Hoje, a Polícia Federal tem condição de identificar as origens, os participantes, e, à luz das investigações, se iniciar um processo criminal perante a Justiça Eleitoral", afirmou o ministro.
O diretor da PF, Rolando de Souza, afirma que a polícia atuará nessas eleições com foco em esquemas organizados e ilegais de disseminação de notícias falsas, as chamadas fake news, e também com o objetivo de identificar e investigar possíveis candidaturas laranjas.
Candidatura laranja é como ficou conhecido o expediente utilizado por alguns partidos de apresentar candiduras de mulheres que na prática não fazem campanha e não disputam a eleição, mas servem para que a legenda possa formalmente cumprir a cota mínima de 30% de candidatas do gênero feminino.
Algumas dessas candidaturas laranja das últimas eleições são investigadas por suspeitas de desviar recursos públicos do fundo eleitoral.
"A Polícia Federal se modernizou a fim de se preparar e dar conta da demanda da Justiça Eleitoral", disse Souza.
"Nós temos sitemas que estão cruzando os dados e automaticamtne nos dão um indicativo das candidaturas laranjas, através do cruzamento de várias bases de dados, eu tenho em paineis a indicação dos possíveis laranajs, permitindo que a Polícia Federal seja mais assertiva", afirmou o chefe da PF.
Outro destaque apontado pela PF para essas eleições será o uso de drones para a identificação da prática de boca de urna, conduta proibida pela Justiça Eleitoral.
"Os maiores centros de votação serão acompanhados por drones para evitar boca de urna e compra de votos", disse Souza.
Liberdade de Expressão
O Ministério da Justiça e a Polícia Federal apresentaram hoje, em conjunto com o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) o plano de segurança para as eleições.
O presidente do TSE, Luís Roberto Barroso, afirmou que a preocupação das autoridades eleitorais não é com críticas dos eleitores aos candidatos, mas com esquemas organizados e ilegais de disseminação de conteúdo falso com o objetivo de prejudicar candidatos.
"A liberdade de expressão tem proteção constitucional e deve ser preservada. Não estamos aqui preocupados com o que um cidadão pense ou diga", afirmou Barroso.
"A nossa grande preocupação são grupos estruturados hierarquicamente com mercenários e militantes que disseminam essas notícias falsas, com origem centralizada e atuam concertadamente para atacar pessoas e instituições", disse o presidente do TSE.
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