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Carro blindado serviu de escudo para vereador Zico Bacana durante ataque

3.nov.2020 - Polícia pericia um dos carros atingidos durante ataque que feriu o vereador Zico Bacana - Herculano Barreto Filho/UOL
3.nov.2020 - Polícia pericia um dos carros atingidos durante ataque que feriu o vereador Zico Bacana Imagem: Herculano Barreto Filho/UOL

Herculano Barreto Filho

Do UOL, no Rio

03/11/2020 12h30Atualizada em 04/11/2020 19h18

O carro blindado do vereador carioca e candidato à reeleição Jair Barbosa Tavares, o Zico Bacana (Podemos), atingido por um tiro de raspão na cabeça durante um atentado ontem à noite, impediu que outros disparos o atingissem, segundo fontes da Polícia Civil

Ao menos duas pessoas morreram e outras duas ficaram feridas na ação, que aconteceu em frente a um bar na zona norte do Rio. Segundo a assessoria de imprensa do vereador, as duas vítimas eram apoiadores dele. Já a polícia não revelou a identidade dos dois mortos. Zico Bacana teve alta, mas na tarde hoje passou mal e voltou a dar entrada no hospital.

Segundo fontes ligadas à Polícia Civil, Zico Bacana conversava com um eleitor por volta das 20h de ontem na calçada, em frente a um bar no bairro Ricardo de Albuquerque, zona norte do Rio, quando percebeu a aproximação de um veículo com homens armados e se atirou no chão.

Os homens, então, começaram a atirar. O vereador teria ficado no chão, na calçada, atrás do carro blindado. Ao menos quatro suspeitos armados teriam participado da ação, segundo as primeiras informações.

O carro do vereador foi atingido por ao menos 15 tiros. No chão, os peritos encontraram cápsulas de fuzil. Moradores postaram vídeos nas redes sociais do momento do ataque.

Em depoimento na Delegacia de Homicídios da Capital na madrugada de hoje, Zico Bacana disse que era o alvo principal do ataque, versão confirmada por sua assessoria de imprensa em um comunicado nas redes sociais.

Procurada, a Polícia Civil não confirmou a declaração do vereador, limitando-se a dizer apenas que faz diligências para identificar os autores do crime.

Carro com adesivo de campanha de Zico Bacana nas imediações do local do crime - Herculano Barreto Filho/UOL - Herculano Barreto Filho/UOL
Carro com adesivo de campanha de Zico Bacana nas imediações do local do crime
Imagem: Herculano Barreto Filho/UOL

As vítimas foram socorridas e encaminhadas ao Hospital Estadual Carlos Chagas, no bairro Marechal Hermes. Em campanha, o vereador acompanhou um campeonato de futebol amador horas antes do crime.

Peritos foram ao local do ataque na manhã de hoje. Além do carro do vereador, ao menos outros dois veículos atingidos pelos disparos foram periciados no pátio da 57ª DP (Nilópolis).

Um deles tinha manchas de sangue na lataria. A Polícia Civil não informou de quem eram os veículos ou quais vítimas estariam próximas a eles.

A Polícia Civil analisa câmeras de segurança para identificar os autores do atentado. Segundo testemunhas, havia cerca de 50 pessoas nas imediações do bar na hora do ataque.

O local fica nas imediações do Complexo do Chapadão, conjunto de favelas dominadas pelo Comando Vermelho, uma das principais facções criminosas do país.

A Polícia Civil investiga se houve participação do tráfico, já que uma das vítimas que morreu era suspeita de atuar na facção.

Quando ainda era cabo da PM, Zico Bacana foi citado no relatório final da CPI das Milícias, aprovado pela Alerj (Assembleia Legislativa do Rio) em 2008.

Ele era apontado como chefe de um grupo paramilitar que atuava nas imediações do local onde ocorreu o ataque. Ele não foi indiciado. O parlamentar nega que tenha tido qualquer tipo de envolvimento com as milícias.