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Em live para arrecadar fundos, Caetano Veloso se cala sobre política

Marcela Leite

Colaboração para o UOL, em São Paulo

12/11/2020 23h41

Caetano Veloso não mencionou nada sobre politica na live que fez na noite de hoje para arrecadar fundos para as campanhas dos candidatos Guilherme Boulos (PSOL), à Prefeitura de São Paulo, e Manuela D'Ávila (PCdoB), que disputa o Executivo de Porto Alegre.

Ele apenas cantou as músicas "Menino Deus", que fala sobre a capital do Rio Grande do Sul, e "Sampa", sobre a capital paulista. Uma menção sutil citando as cidades onde Manuela e Boulos, respectivamente, participam da corrida eleitoral.

O show online pago gerou polêmica um mês antes de acontecer e foi parar na Justiça Eleitoral depois de Gustavo Paim (PP), adversário de Manuela, entrar com uma representação. Por meio de liminar, o juiz Leandro Figueira Martins proibiu a divulgação da live por ser considerá-la um showmício, prática banida pela minirreforma eleitoral de 2006.

Em continuação à polêmica, em 22 de outubro, o TRE-RS (Tribunal Regional Eleitoral do Rio Grande do Sul) decidiu vetar a live.

Em 5 de novembro o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) derrubou a decisão do TRE-RS, colocou fim à história e liberou a apresentação de Caetano Veloso. A maioria dos ministros entendeu que o evento se enquadrava em ato político de arrecadação, o que é permitido.

Para seguir a maioria, o ministro Marco Aurélio citou uma música do próprio Caetano Veloso. "É proibido proibir. A atuação da Justiça Eleitoral não pode ser prévia, não pode a priori dizer as consequências eleitorais para proibir-se antemão certo ato" disse.