Eleições 2020: Votação tem filas, e-Título bugado e prisões de candidatos
O e-Título foi concebido para virar exemplo de sucesso, mas se transformou em meme. O sistema criado para quem está fora do domicílio eleitoral justificar o voto não funcionou para milhares de brasileiros. Além de não conseguir acesso ao serviço, a população ainda foi acusada de ser a responsável por parte do problema pelo presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), Luís Roberto Barroso.
"O brasileiro deixou para baixar o aplicativo hoje, então foram milhões de acessos ao mesmo tempo", alegou Barroso.
Barroso afirmou que foram 3 milhões de downloads nas últimas 24 horas. A outra parte do problema foi atribuída ao ataque hacker ao Superior Tribunal de Justiça em 3 de novembro. O presidente do TSE disse um servidor foi desligado e isto contribuiu com a instabilidade do sistema.
Diante da falha, o presidente do TSE pediu para o brasileiro insistir na tentativa de usar o e-Título. Pela manhã, o aplicativo sequer carregava. À tarde, a etapa das perguntas que servem para identificação do eleitor não estava funcionando.
O e-Título falhou em duas de suas funções. Além de não servir para justificar o voto de parte dos eleitores, ele deveria ser usado para as pessoas identificarem o local de votação, o que não ocorreu.
Também houve falhas nos locais físicos de votação. O TSE passou a campanha inteira pedindo para os eleitores manterem o distanciamento social, mas faltou aos organizadores da eleição fazer sua parte. Em Goiás, houve mudança de locais de votação porque escolas e outros pontos estavam em reforma. A pandemia também obrigou a alterações e esta combinação gerou aglomerações.
O problema também ocorreu no Recife, onde idosos reclamaram de falta de informações em uma seção eleitoral. Na cidade, uma placa escrita a mão foi fixada para orientar os eleitores. Houve registro de filas saindo para fora do ponto de votação em Maceió, Rio de Janeiro e na Baixada Fluminense. Em Natal, teve gente que ficou 2 horas na fila. E em Teresina, pessoas permaneceram cerca de 3 horas esperando sua vez de votar.
Não bastasse as falhas de organização das eleições, ainda ocorreram flagrantes de desrespeito à legislação eleitoral. Durante a coletiva, Barroso informou que 30 candidatos foram presos. Os motivos foram uso de alto-falantes, boca de urna e fazer propaganda no dia da votação.
No total 252 ocorrências envolvendo candidatos e eleitores de acordo com o assessor de inteligência e segurança do TSE. O tribunal informou ainda que foi necessário a substituição de 1.700 urnas. Mesmo com todas estas situações, Barroso afirmou que a eleição transcorre de forma normal.
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