Topo

Processador no TSE sofre pane e atrasa contagem dos votos em SP, diz TRE

Desembargador Waldir Sebastião de Nuevo Campos, do TRE-SP, atribuiu o atraso em São Paulo a uma pane em um processador do TSE em Brasília - Marcelo Oliveira/UOL
Desembargador Waldir Sebastião de Nuevo Campos, do TRE-SP, atribuiu o atraso em São Paulo a uma pane em um processador do TSE em Brasília Imagem: Marcelo Oliveira/UOL

Marcelo Oliveira

Do UOL, em São Paulo*

15/11/2020 21h18Atualizada em 15/11/2020 22h15

O presidente do TRE-SP (Tribunal Regional de São Paulo), desembargador Waldir Sebastião de Nuevo Campos, afirmou hoje que uma pane em um processador do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) que estava contabilizando os dados enviados para Brasília atrasou a totalização e divulgação dos votos em São Paulo. A apuração, porém, está ocorrendo normalmente.

As eleições de 2020, segundo o desembargador, foram as primeiras em que a totalização dos votos foi centralizada pelo TSE.

"O processador foi substituído, e dentro de 30 minutos, uma hora, nos disseram, os dados de São Paulo voltarão a ser divulgados", disse o presidente do TRE-SP em entrevista coletiva por volta das 20h30. O prazo passou, porém, e a divulgação seguiu travada.

Segundo o TSE, já foram recebidos 59% dos dados de São Paulo e 57% das informações já foi totalizada.

Mais cedo, pouco antes de Nuevo Campos conceder a primeira entrevista com o balanço das eleições em São Paulo, foi anunciada a primeira totalização, às 17h32, com apenas 0,39% dos votos. Depois disso, mais nenhum dado de São Paulo foi divulgado.

Também nesta noite, o presidente do TSE, ministro Luis Roberto Barroso, confirmou que a falha no processador desencadeou o atraso na divulgação dos resultados hoje. Ele afirmou, porém, que não houve nenhum problema específico com a apuração da capital paulista, apesar do baixo índice de apuração divulgado até agora - continuavam apenas 0,39% das urnas apuradas às 22h.

"Os dados de São Paulo chegaram normalmente e estão sendo totalizados aqui", disse o ministro.

Segundo o TRE-SP, os dados não podem ser divulgados isoladamente pelo tribunal paulista, à medida que conclui a apuração, como ocorreu nas eleições municipais de 2016, pois, pelo sistema atual, a totalização e a divulgação dos votos é feita unicamente pelo TSE. O TRE-SP colhe as informações das urnas e as transmite para Brasília.

O TRE-SP informou, inclusive, que os trabalhos de leitura dos dados da 1ª Zona Eleitoral, no centro da Capital, por exemplo, já foram concluídos e remetidos para Brasília. Nuevo Campos, contudo, não soube informar quantas seções eleitorais de SP já concluíram a apuração.

656 urnas substituídas

Em atualização divulgada às 20h, o TRE-SP informou que substituiu 656 urnas em todo o estado: 195 na Capital e 461 no interior. O número representa 0,76% de todas as 87.715 urnas de São Paulo.

As substituições das urnas com defeito causaram apenas três atrasos em seções do Estado: em Guarulhos, São Sebastião e em Carapicuíba. Nesta última cidade, o atraso causado pela substituição de urnas fez com que o final da votação na 388ª zona eleitoral fosse estendida até as 19h.

Mesário preso em Campinas

Nove pessoas foram presas em todo o estado. Um mesário foi preso em Campinas por ter abandonado sem justificativa a seção eleitoral em que trabalhava. A pena pelo crime de abandono de seção eleitoral é de até 4 meses de detenção, que pode ser substituída por multa.

Cinco pessoas foram presas por boca de urna, segundo o TRE-SP: três em Itapevi e duas em Carapicuíba. Em Itapevi, a prisão foi por violar o sigilo do voto; em Peruíbe, as pessoas foram presas por corrupção eleitoral.

Segundo o TRE-SP, até o momento, além das nove prisões houve mais 30 ocorrências no Estado.

"Foi uma eleição sem ocorrências importantes que pudessem prejudicar a legitimidade do pleito", afirmou o presidente do TRE-SP.

Medidas sanitárias não prejudicaram voto

Segundo o desembargador, as medidas sanitárias adotadas pelo TSE em virtude da pandemia de covid-19 não causaram nenhum problema ao pleito.

"A pandemia só nos obrigou a desenvolver procedimentos adequados que não interferiram na legitimidade do pleito", disse Nuevo Campos.

Em todo o Brasil, foi ampliado o horário de votação em uma hora e sugerido que o voto dos idosos ocorresse preferencialmente das 7h às 10h.

*Com Felipe Amorim, do UOL, em Brasília