Após dobro de eleitas em 2016, Câmara de SP terá só duas vereadoras a mais
Com 13 vereadoras eleitas neste domingo (15), as mulheres representarão em 2021 23,6% das 55 cadeiras da Câmara Municipal de São Paulo.
O número representa um aumento de 18% em relação a 2016, quando 11 mulheres foram eleitas, compondo assim 20% da casa. Na ocasião o avanço foi mais expressivo, houve um crescimento de 120% em relação à configuração anterior, que só contava com 5 mulheres.
Apesar do aumento, a representação ainda está aquém da participação feminina na população da capital paulista, que é de 52%, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
A mulher mais votada foi Erika Hilton (PSOL), com 50.508 votos. No total, ela foi a sexta vereadora com a maior quantidade de votos. Depois estão Silvia da Bancada Feminista (PSOL), com 46.267 votos, e Rute Costa (PSDB), com 41.546 votos. Elas foram a 7ª e 11ª vereadoras mais votadas, no ranking geral.
Entre as 13 eleitas, 4 se declaram pretas e uma, indígena —Juliana Cardoso (PT). As demais são brancas.
O PSOL será o partido responsável pela maior bancada de mulheres: são quatro, entre seis vereadores eleitos pela legenda. Dois dos mandatos, o da Silvia da Bancada Feminista, e o da Elaine do Quilombo Periférico, serão compartilhados -um subterfúrgio que aumentará a presença feminina na casa.
Em compensação, nove dos 17 partidos com representação não elegeram nenhuma mulher.
Vereadoras eleitas em São Paulo:
- Erika Hilton (PSOL)
- Silvia da Bancada Feminista (PSOL)
- Rute Costa (PSDB)
- Luana Alves (PSOL)
- Janaína Lima (Novo)
- Juliana Cardoso (PT)
- Sandra Santana (PSDB)
- Elaine do Quilombo Periférico (PSOL)
- Dra. Sandra Tadeu (DEM)
- Sonaria Fernandes (Republicanos)
- Ely Teruel (Podemos)
- Cris Monteiro (Novo)
- Edir Sales (PSD)
Melhoria irrisória
Ao todo, 658 mulheres lançaram candidatura para a vereadora em São Paulo, 32,86% do total de candidatos para o Legislativo municipal. Em 2016, foram 412 candidatas, 31,33% do total.
A melhoria é irrisória, e permanece próxima ao mínimo exigido por lei. Além disso, as urnas mostram que as candidaturas femininas ainda são desfavorecidas, já que uma taxa menor entre elas é de fato eleita.
Para reverter essa situação, a lei ainda determina que reservas do fundo eleitoral e partidário sejam destinadas às mulheres de acordo com a distribuição de candidatos por gênero, mas a regra também é muitas vezes descumprida. Nas últimas eleições, proliferou o surgimento de candidaturas "laranjas" —ou seja, que não recebiam recursos, mas serviam para cumprir a cota no papel.
"A gente sabe que, quanto mais dinheiro, mais as mulheres aparecem para o eleitorado, mas também tem a questão de o eleitorado ser consciente, diagnosticar o cenário de sub-representação feminina e votar nelas. É um trabalho de conscientização e diálogo com o eleitorado, tanto entre os homens quanto entre as mulheres", diz Beatriz Sanchez, cientista política da USP (Universidade de São Paulo), especializada em representação.
Em todo o país, 180.222 mulheres concorreram para o cargos de vereadora, o que representa 34,7% das candidaturas. Entre elas, metade se declarou branca, 10,76% preta e 37,81%, parda.
No Congresso Nacional, apesar de a participação das mulheres estar em crescimento, ainda não passa de 15%, o que mantém o Brasil no pé de um ranking mundial de presença feminina em Parlamentos.
Segundo o relatório "O Progresso das Mulheres no Mundo", feito pela ONU (Organização das Nações Unidas), seguindo o ritmo atual de representatividade serão necessários mais 40 anos para se alcançar a paridade de gênero na política mundial.
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