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Mulheres disputam 2º turno em cinco capitais; Palmas reelege tucana

Gabriela Sá Pessoa

Do UOL, em São Paulo

16/11/2020 00h34

Eleitores de quatro capitais poderão escolher prefeitas no segundo turno das eleições municipais, em 29 de novembro: Manuela D'Ávila (PCdoB), em Porto Alegre; Marília Arraes (PT), no Recife; Delegada Danielle (Cidadania), em Aracaju; Socorro Neri (PSB), em Rio Branco; e Cristiane Lopes (PP), em Porto Velho.

Cinthia Ribeiro (PSDB), prefeita de Palmas, foi reeleita neste domingo com mais de 36% dos votos. A capital do Tocantins tem menos de 200 mil eleitores e, por isso, não realiza segundo turno, seguindo os critérios estabelecidos pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral). Fonoaudióloga de formação, ela é presidente estadual do PSDB e chegou ao cargo em 2018, quando o ex-prefeito Carlos Amastha (PSB) renunciou para disputar o governo estadual.

Uma das principais políticas de esquerda com projeção nacional, a ex-deputada federal Manuela D'Ávila (PCdoB) foi candidata à Vice-Presidência em 2018 com Fernando Haddad (PT) e liderou as pesquisas de intenção de voto durante toda a campanha. Saiu das urnas neste domingo com 29% dos votos válidos. Ela enfrenta Sebastião Melo (MDB), escolhido por 31% dos eleitores da capital gaúcha.

Veja a proporção de prefeitas eleitas em comparação com a população

Caso seja eleita, Manuela será a primeira mulher a administrar Porto Alegre. Ela foi alvo de ataques de seus adversários a ponto de, na última terça-feira (10) a Justiça Eleitoral determinar a exclusão da internet de 91 links com mentiras sobre ela. "Vivo a guerra que o clã Bolsonaro organiza contra mim há muitos anos", afirmou a candidata em sabatina do UOL, em outubro.

Sua candidatura foi um dos poucos consensos entre os partidos de esquerda, que dividiram votos na maioria das capitais onde havia nomes competitivos. Manuela chegou às urnas acompanhada por Miguel Rossetto como vice, um dos fundadores do PT e ex-ministro nos governos Lula e Dilma.

"Eu sei que nós queríamos estar mais unidos nas eleições municipais", disse nessa mesma entrevista ao UOL. Segundo ela, os partidos de esquerda "não estão totalmente divididos".

A deputada federal Marília Arraes (PT) - Divulgação/Câmara dos Deputados - Divulgação/Câmara dos Deputados
A deputada federal Marília Arraes (PT)
Imagem: Divulgação/Câmara dos Deputados

Com 27,95% dos votos válidos, a deputada federal Marília Arraes (PT) enfrentará o primo João Campos (PSB) na disputa pela Prefeitura do Recife. O segundo turno abre um novo capítulo na briga familiar pelo legado político de Miguel Arraes.

Em entrevista ao UOL, em outubro, a petista elegeu Campos como seu principal adversário e disse ser alvo de ataques machistas por parte do partido. "Não vejo dúvida nenhuma sobre a minha oposição ao PSB", afirmou. O adversário saiu do primeiro turno com 29,17% dos votos.

Outra capital no Nordeste verá uma mulher no segundo turno: Delegada Danielle (Cidadania), que enfrentará em Aracaju o atual prefeito, Edvaldo (PDT). Estreante nas urnas, a policial recebeu 21,31%. Ela atuou nos departamentos de combate à corrupção e lavagem de direito da Polícia Civil sergipana.

Em Rio Branco, Socorro Neri (PSB) obteve 22,68% dos votos e segue na disputa pela reeleição contra Tião Bocalom (PP). A prefeita assumiu a capital do Acre em 2018 —ela era vice de Marcus Alexandre, que tentou ser governador. Socorro foi votar hoje acompanhada pelo governador do estado, Gladson Cameli (PP).

Também na região Norte, o percentual de 14,32% dos votos garantiu à vereadora Cristiane Lopes (PP) o segundo turno contra o atual prefeito, Hildon Chaves (PSDB).

Participação aumentou

A participação de candidatas na briga pelas capitais foi mais de dez vezes maior em 2020, em comparação com as eleições municipais anteriores. Foram 57 mulheres na disputa desta vez ante apenas quatro em 2016, quando só duas chegaram ao segundo turno.

Naquele pleito, Rose Modesto (PSDB) enfrentou Marquinhos Trad (PSD) em Campo Grande (MS), reeleito neste domingo. Em Florianópolis, Angela Amin (PP) perdeu para Gean Loureiro (DEM), também reeleito hoje, há quatro anos. Ela voltou a concorrer ao cargo e terminou em quarto lugar, com 7,42%.

Caso as eleições em Macapá tivessem sido mantidas, mais uma mulher poderia chegar ao segundo turno no país. Patrícia Ferraz estava em segundo lugar na disputa pela capital do Amapá com 18% das intenções de voto, segundo pesquisa Ibope divulgada na quarta-feira (11). A eleição foi adiada para dezembro em razão do apagão que atinge o estado.

Como será o segundo turno

  • Porto Alegre: Manuela D'Ávila (PC do B) x Sebastião Melo (MDB)
  • Recife: Marília Arraes (PT) x João Campos (PSB)
  • Aracaju: Delegada Danielle (Cidadania) x Edvaldo (PDT)
  • Rio Branco: Socorro Neri (PSB) x Tião Bocalom (PP)
  • Porto Velho: Cristiane Lopes (PP) x Hildon Chaves (PSDB)
Errata: este conteúdo foi atualizado
Diferentemente do informado, o governador do Acre, Gladson Cameli, é filiado ao PP, e não ao PSDB. O texto foi corrigido.