Apoio a Boulos no 2º turno vira cabo de guerra entre PSB e PDT
Companheiros de chapa no primeiro turno da eleição em São Paulo, PDT e PSB divergem sobre o caminho a seguir no segundo turno. Uma reunião foi realizada na tarde desta terça-feira e não houve consenso.
O PSB de Márcio França, candidato que terminou na terceira posição, com 13,65% dos votos, prefere a neutralidade. O PDT, incluindo sua direção nacional, defendeu uma aliança com Guilherme Boulos (PSOL). Diante do impasse, uma nova reunião será realizada. Ainda não há data definida, mas o encontro deve ocorrer na quinta ou sexta-feira.
A opção pela neutralidade do PSB leva em conta o resultado das eleições. O PSOL é tratado como esquerda radical e portador de uma proposta rejeitada pela população. Embora Boulos esteja no segundo turno na maior cidade do país, seu partido elegeu somente quatro prefeitos em todo o país no domingo.
PDT não descarta apoio sozinho a Boulos
O desejo de firmar uma aliança com Boulos foi manifestado pelas principais lideranças do PDT. A posição foi defendida por Carlos Lupi, presidente nacional do partido, Ciro Gomes, presidenciável da sigla, e Antonio Neto, candidato a vice na chapa de França.
Lupi disse que esta será a posição levada à próxima reunião e que prefere uma decisão de consenso ou pelo menos da maioria. O presidente do PDT declarou que não está descartado anunciar apoio a Boulos de maneira isolada, sem a companhia de seu parceiro de chapa.
"Eles sabem da nossa posição e vamos aguardar até quinta ou sexta. A nossa vontade é de apoio a Boulos."
Pelo menos num ponto PSB e PDT concordam. A possibilidade de apoio a Bruno Covas (PSDB), prefeito que tenta a reeleição, é descartada. O motivo principal é ele ser aliado de João Doria (PSDB), governador de São Paulo e adversário de PDT e PSB.
O histórico de Doria inclui um segundo turno muito agressivo contra França na campanha para o governo de São Paulo em 2018. Na época, havia forte rejeição à esquerda e Márcio França foi chamado de "Márcio Cubas".
Pelo lado do PDT, Doria pode ser concorrente de Ciro na corrida presidencial em 2022. O governador de São Paulo não confirma que vai tentar disputar a eleição, mas o meio político considera esta possibilidade certa.
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