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Secretário de São Paulo diz que fala de Boulos é oportunista e eleitoreira

O secretário da Casa Civil do governo Alckmin, Edson Aparecido (PSDB) - Silva Junior/Folhapress
O secretário da Casa Civil do governo Alckmin, Edson Aparecido (PSDB) Imagem: Silva Junior/Folhapress

Felipe Pereira

Do UOL, em São Paulo

18/11/2020 10h28

O secretário municipal de Saúde de São Paulo, Edson Aparecido, classificou como eleitoral e oportunista a declaração do candidato à Prefeitura da cidade Guilherme Boulos (PSOL) de que é no "mínimo muito estranho" o adiamento da atualização das medidas de enfrentamento à covid-19.

Aparecido disse que a insinuação é uma prova de desconhecimento do que foi e está sendo feito. "Ele [Boulos] não faz a menor ideia do que é combater uma pandemia com esta dimensão. É um desrespeito com o trabalho dos profissionais de saúde. É um negacionista. É negar tudo que a cidade acumulou no enfrentamento da pandemia."

A nova atualização das medidas estava marcada para segunda-feira (16), mas agora ficou para o dia 30 de novembro, um dias depois do segundo turno. O adiamento ocorre na semana seguinte as internações crescerem 18% no estado. Na capital, o número de novos casos de covid-19 aumentou de 29,5% em novembro.

De acordo com Aparecido, as eleições não vão interferir no enfrentamento à pandemia. Aparecido declarou que todas as medidas tomadas pela prefeitura seguem a orientação da Vigilância Sanitária.

"A decisão que tiver de ser tomada, vai ser tomada."

O secretário lembrou as ocasiões em que a cidade de São Paulo foi mais conservadora do que o comitê de saúde do governo do Estado. Ele citou a volta as aulas, que ocorreu de forma parcial e depois do autorizado pelo governador.

"Durante 10 meses a secretaria [municipal de Saúde] e o prefeito levaram em conta a orientação da Vigilância Sanitária."

Governador diz que falha no Ministério da Saúde impediu atualização

O governador João Doria (PSDB) justificou o adiamento da atualização das medidas por conta de uma falha no sistema do Ministério da Saúde afetou a o monitoramento das informações que abastecem o banco de dados usado para tomar as decisões.

"A falta de informações sobre casos e óbitos, durante seis dias da semana passada, causada por pane no sistema do Ministério da Saúde, estará solucionada nessa semana, mas afetou normalização dos dados em todo o Brasil, aqui em especial", disse Doria durante entrevista coletiva realizada ontem.

O governador revelou ainda que a não atualização era uma medida de prudência porque pelos números disponíveis haveria promoção de muitas regiões para a fase verde, com menos restrições. O afrouxamento das regras iria ocorrer num momento em que as autoridades de saúde pedem cautela porque o número de internações cresceu 18% na semana passada.

"Pelos indicadores disponíveis, a maioria [das regiões de São Paulo] seria promovida para a fase verde. Porém, indicadores de leitos de UTI e internações, sob responsabilidade do governo de São Paulo, cresceram em relação à semana anterior. O momento requer precaução para uma análise mais completa. Cautela e cuidado."

O UOL entrou em contato com a Secretaria de Comunicação do governo para saber se há intenção de comentar as declarações de Boulos.