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Vamos enfrentar o vírus sem pressão, diz Covas em debate na Band

Colaboração para o UOL, em São Paulo

19/11/2020 22h57

O prefeito de São Paulo e candidato à reeleição, Bruno Covas (PSDB), disse hoje que ainda não é o momento de reabrir as escolas para aulas presenciais e que a Prefeitura irá continuar enfrentando a covid-19 "sem pressão".

A declaração foi dada durante o debate de candidatos do segundo turno na disputa pela capital paulista, que conta também com a participação de Guilherme Boulos (PSOL). Covas falou sobre o assunto ao ser questionado sobre mães que estariam com dificuldades de manter os filhos em casa durante a pandemia.

Nós vamos permanecer com ensino médio reaberto na cidade e o ensino fundamental com atividades extracurriculares. Desde o primeiro instante da pandemia, a Prefeitura tem seguido as recomendações da vigilância sanitária, e assim que nós vamos continuar. Sem partidarizar essa questão. Vamos continuar a enfrentar essa realidade com a devida seriedade que o homem requer. Sem pressão, sabendo exatamente das dificuldades que as pessoas estão passando, mas respeitando o vírus que, infelizmente, já matou milhares de vidas."
Bruno Covas, candidato do PSDB

O prefeito ressaltou que entende o lado dos pais e mães, mas que só irá reabrir as escolas quando tiver a permissão da vigilância sanitária.

"Eu sei a aflição que as mães e pais têm para que os filhos possam voltar a frequentar as escolas, mas ainda não é o momento. A vigilância sanitária do município ainda não aprovou essa retomada."

Na sequência, Boulos criticou as medidas tomadas pela Prefeitura de São Paulo e por outras esferas de governo durante a pandemia do novo coronavírus.

Agora, é evidente que São Paulo e o Brasil estão há tanto tempo sem aula porque não lidaram corretamente com a pandemia no início. Porque não fizeram testagem em massa, monitoramento epidemiológico, que poderia ter feito com que a curva descesse mais rápido na cidade. Isso prejudicou não só o retorno as aulas, como a cidade como um todo."
Guilherme Boulos, candidato do PSOL

Covas defendeu as medidas tomadas para combater a pandemia. Disse mais de uma vez que não houve paciente sem atendimento nos hospitais da capital. Ele também negou que, após o segundo turno das eleições, haverá necessidade de decretar um lockdown.

"Não há espaço ainda para avançar ainda mais na flexibilização, mas não há nenhum número na cidade de São Paulo que aponte qualquer necessidade de lockdown aqui na cidade de São Paulo", disse.

Anúncio mais cedo

Hoje, mais cedo, em uma coletiva da Prefeitura, Covas havia anunciado oficialmente que não haverá nova flexibilização das aulas na capital paulista em dezembro. Apenas as aulas regulares para o ensino médio continuam com autorização para acontecer de forma presencial.

Para os ensinos infantil e fundamental, permanecerá a autorização para a realização de atividades extracurriculares (como aulas de música, dança ou línguas) e de acolhimento de forma presencial. As regras valem para as escolas públicas e particulares.

Na entrevista, pela manhã, Covas afirmou que há estabilidade dos casos de coronavírus na cidade de São Paulo e que, por isso, "não é o momento de ampliar a flexibilização".

Como foi a eleição?

As candidaturas de Covas e Boulos avançaram ao segundo turno após ocuparem as duas primeiras posições na disputa pela prefeitura paulistana, nas eleições do último domingo (15).

Covas contabilizou 32,85% dos votos (1.754.013 votos). Boulos, por sua vez, somou 20,24% dos votos (1.080.736).

Pesquisa Datafolha sobre o segundo turno divulgada hoje mostra Bruno Covas com 58% dos votos válidos e Boulos com 42%.

Em um levantamento do Ibope divulgado ontem, o tucano aparece com 47% das intenções de voto e o psolista, com 35%.

*Colaboraram Beatriz Montesanti, Carolina Marins, Cleber Souza, Felipe Oliveira, Gilvan Marques, Guilherme Botacini, João Victor Miranda, Leonardo Martins, Lucas Borges Teixeira e Roberto Júnior