Reeleito, Greca (DEM) prepara medidas restritivas após ter negado lockdown
Rafael Greca (DEM), reeleito no último domingo (15) como prefeito de Curitiba, prepara medidas mais restritivas na cidade após alta nos casos de covid-19.
Em evento hoje pela manhã com a secretária de Saúde, Marcia Huçulak, não havia tido um anúncio claro sobre as mudanças. Mas pediram apoio da população, que teria "descuidado de sua obrigação sanitária", segundo afirmou o prefeito. Durante a campanha, Greca havia descartado a possibilidade de um lockdown após o pleito.
A capital do Paraná viu os casos ativos do novo coronavírus subirem do fim de outubro ao início de novembro, ultrapassando a média do pior momento de pandemia na cidade, que aconteceu no mês de julho.
Apesar do crescimento de casos, a prefeitura manteve a bandeira amarela, que significa "alerta constante". No caso de adoção da bandeira laranja, iniciam-se restrições para atividades comerciais, caso de bares, por exemplo.
Pela manhã, ao ser questionada se haveria mudança de bandeira, Huçulak desconversou. "Não confirmo nem desconfirmo", disse, citando que só fecharia os dados no fim do dia para tomar uma decisão. Os dados de 11 novas mortes e 1.409 casos não a fizeram mudar a classificação.
A rede SUS (Sistema Único de Saúde) está com 87% dos leitos destinados à covid-19 ocupados, sendo que alguns hospitais estão em 100% de sua capacidade de atendimento. A secretaria confirmou que a rede privada está próxima ao esgotamento.
Na terça-feira (17), a prefeitura anunciou o cancelamento de cirurgias eletivas em 12 hospitais, visando preparar a rede municipal para o aumento de atendimentos. Contudo, de forma contraditória, na mesma data, autorizou o retorno de atividades presenciais curriculares para crianças de até dez anos em instituições de ensino da rede privada, atendendo pedido do Sindicato das Escolas Particulares (Sinepe).
Desde o início da pandemia, Curitiba registrou 65.439 casos confirmados e 1.613 óbitos e, nesta sexta-feira, contava com 9.131 casos ativos.
Greca afirmou que "medidas restritivas só terão tomadas se houver abusos" por parte da população. "A pandemia não foi cancelada na agenda eleitoral. Todas as redes sociais foram suspensas e fiquei impedido de reportar assuntos administrativos [devido à legislação eleitoral]", afirmou. "Sabemos que estávamos com 700 casos por dia, foi para 900 e 1.381 [números de ontem]", disse.
Segundo Marcia Huçulak, a cidade foi surpreendida com recordes e aumento de casos desde o último dia 12, quinta-feira anterior à eleição. "Foi um número muito acima do que vínhamos atendendo de casos positivos", afirmou. "Mas não se trata de uma segunda onda. Nunca baixamos muito o número de casos, observando São Paulo, Florianópolis e outras capitais. Não conseguimos fazer redução completa", disse.
De acordo com ela, o aumento dos casos também está relacionado à ampliação da testagem realizada na população. "Aumentamos muito a testagem em relação a julho. Quando se testa mais, se acha mais", diz, citando que houve aumento superior a 140% na capacidade de testagem.
Apesar da alta nos casos, foi mantida a programação do Natal de Curitiba, com estreia no domingo. O espetáculo gratuito vai até o dia 23 de dezembro e tem uma limitação de 3.000 pessoas no local, com uso obrigatório de máscara.
"Papo de oposição, fake news"
Na véspera da eleição, uma montagem circulou pela internet dizendo que a cidade entraria em lockdown após o pleito. Em suas redes sociais, no último dia 13, Greca disse que isso se tratava de "papo da oposição, fake news".
"Curitiba tem um sistema de média ponderada para avaliar a pandemia, que está controlada, estabilizada na bandeira amarela", declarou à época, pedindo para que os curitibanos tomassem cuidados como uso de máscara, lavar as mãos, uso do álcool gel e distanciamento social.
Em nova entrevista à Band News logo após a confirmação de seu terceiro mandato à frente de Curitiba, Greca disse que os jovens precisariam ter mais cuidado para que a cidade não encarasse o que definiu como uma segunda onda de covid-19, assim como está acontecendo na Europa. "Temos condições de conduzir a retomada, com muitas obras, muitos empregos, mantendo todo o respeito à saúde sem destruir a economia", acrescentou.
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