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Inexperiente e incompetente: candidatos trocam farpas em debate em Diadema

A partir da esq., Taka Yamauchi (PSD) e Filippi (PT), candidatos no segundo turno à Prefeitura de Diadema (SP) - Reprodução
A partir da esq., Taka Yamauchi (PSD) e Filippi (PT), candidatos no segundo turno à Prefeitura de Diadema (SP) Imagem: Reprodução

Beatriz Montesanti

Colaboração para o UOL, em São Paulo

23/11/2020 22h17

Depois de pedir para os eleitores darem "adeus ao passado", o candidato Taka Yamauchi (PSD) voltou no tempo para acusar seu adversário, Filippi (PT), durante o debate em Diadema (SP), com os candidatos no segundo turno. Ele criticou a atuação do petista como secretário da Saúde durante o governo de Fernando Haddad (PT).

Filippi também usou o currículo do ex-secretário de Obras de Ribeirão Pires, na Grande São Paulo. Disse que ele precisaria de uma gestão bem-sucedida antes de tentar um cargo no Executivo. Chamou inclusive o concorrente de inexperiente. "Recomendo uma nova experiência antes de você se candidatar."

O evento foi organizado pelo UOL em parceria com a TVT, a Rede Brasil Atual, a Uninove e a OAB-SP (Ordem dos Advogados do Brasil em São Paulo).

A corrupção só apareceu nas últimas perguntas do evento, quando candidato perguntava para candidato, mas foi quando o debate ganhou forma e temperatura.

"Falar em Lava Jato é um prato cheio", disse Yamauchi, sem contudo responder à pergunta de Filippi, sobre se ele considerava corrupto Gilberto Kassab, presidente do PSD, partido do candidato.

Yamauchi preferiu falar que a ex-presidente Dilma Rousseff "destruiu a esperança". Em seguida, foi criticado pelo petista, que disse não estar na Lava Jato. "Não encontraram nenhuma irregularidade contra mim, nenhum malfeito", afirmou, ressaltando que Kassab é réu na operação. "Você que está acostumado a lidar com a Polícia Federal. Eu não", rebateu Yamauchi.

Filippi já governou o município por três gestões —entre 1993 e 1996 e por dois mandatos seguidos, entre 2001 e 2008.

Usando o discurso antipetista, Yamauchi também disse que Filippi vai transformar Diadema em um cabide de emprego. "Vai trazer a Dilma [Rousseff], o [Aloizio] Mercadante. Comigo não vai ter cabide de emprego", afirmou.

Em resposta, Filippi o associou ao atual governo, "o pior que Diadema já teve", e voltou a dizer que seu adversário precisa "se capacitar mais" antes de tentar ser eleito.

Outro alvo de críticas foi a gestão da pandemia pelo atual prefeito, Lauro Michels Sobrinho (PV), aí pelos dois concorrentes.

"O prefeito atual está ausente no enfrentamento desse problema", criticou Filippi, que foi também deputado estadual e deputado federal e, entre 2013 e 2015.

"Lembro que moradores das cidades vizinhas vinham se atender em Diadema, e agora acontece o contrário."

Yamauchi também criticou a atual gestão. "2020 mostrou como saúde é importante em nossas vidas. Diadema não mostrou nenhuma ação efetiva nesses meses, reflexo claro da inoperância do atual prefeito."

Yamauchi foi secretário de Obras do governo tucano de Ribeirão Pires, mas deixou o cargo para disputar as eleições. Em 2016, ele ficou em terceiro lugar. A secretaria que ele administrava na cidade da Grande São Paulo é alvo de denúncias do Tribunal de Contas do Estado por obras paradas.

No primeiro turno, Filippi teve 45,65% dos votos, enquanto Yamauchi teve 15,62%.