Eleição em Goiânia tem favorito com covid, acusação de farsa e foco em vice
Candidato favorito na disputa pela Prefeitura de Goiânia, Maguito Vilela (MDB) continua internado na UTI do Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, após sofrer complicações pulmonares decorrentes da covid-19.
Ele foi intubado antes da apuração dos votos do primeiro turno, no dia 15, assim que a equipe médica constatou o aumento da inflamação nos pulmões. Seu quadro é estável, segundo o último boletim.
Na mais recente pesquisa Ibope, divulgada ontem, Maguito lidera com 54% dos votos. O senador Vanderlan Cardoso (PSD) aparece com 31%.
Após a apuração do primeiro turno, Maguito terminou em primeiro lugar com 36,02% dos votos válidos, enquanto Vanderlan teve 24,67%.
Desde 20 de outubro, quando Maguito foi diagnosticado com a doença, o assunto da disputa eleitoral tem sido seu quadro de saúde.
Na terça-feira (17), Vanderlan acirrou o discurso em relação à saúde do adversário, chamando de "farsa" e criticando como as informações estavam sendo divulgadas. Na visão dele, tentaram passar a sensação de que o candidato estava melhorando, enquanto a situação era "muito complicada".
Também citou o protagonismo do filho de Maguito na campanha, o ex-deputado federal e presidente do MDB em Goiás, Daniel Vilela. "Estamos vivendo em Goiás um estelionato eleitoral. Estamos ludibriando o eleitor, levando-o por uma comoção, uma pessoa que está lutando pela vida e quem está coordenando toda essa tramoia é o seu filho, que todo mundo sabe o que ele quer ser. Ele quer assumir o protagonismo", afirmou Vanderlan.
Por meio de nota, Daniel Vilela chamou de "covarde e desumana" a atitude de Vanderlan e comunicou que a campanha do pai iria acioná-lo judicialmente. "Nos causou perplexidade e indignação as declarações sem nenhum fundamento."
A internação de Maguito impossibilita a realização de debates. Seu vice, o vereador Rogério Cruz (Republicanos), não assumiu a tarefa de falar das propostas. Cruz diz que, apesar de conhecer o plano de governo, as ideias são de Maguito.
Ele virou foco de atenção nos últimos dias. Eleito vereador em Goiânia por duas vezes, é pastor da Igreja Universal. Também ajudou na implantação da Record Internacional em países da África.
Radialista, ele se mudou para Goiânia em 2010 para atuar como diretor das rádios do grupo e conseguiu se eleger vereador da cidade pela primeira vez em 2012. Na declaração de bens apresentada ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral), informou um patrimônio total de apenas R$ 81,39.
"O vice não tem aparecido. Não estou entendendo porque estão escondendo tanto esse vice. Ele tem algum problema?", questionou Vanderlan.
O UOL tentou uma entrevista com Cruz e Daniel Vilela, mas não obteve resposta.
Sem um vice para chamar de seu
Goiânia ficou os últimos quatro anos sem um vice-prefeito. O candidato na chapa de Iris Rezende (MDB) em 2016, atual prefeito da cidade, era o deputado estadual Major Araújo (PSL). Antes da posse, ele decidiu renunciar ao cargo e continuar como deputado, alegando que se sentia boicotado por parte do MDB.
O candidato pela chapa de Vanderlan Cardoso é o empresário e ex-senador Wilder Morais (PSC). Ele entrou para a política em 2010, como suplente, mas sempre teve a vida empresarial como grande foco. Em sua declaração de bens ao TSE, informou um patrimônio de R$ 32,6 milhões.
Vanderlan recebeu apoio até agora do governador de Goiás, Ronaldo Caiado (DEM), e de Virmondes Cruvinel (Cidadania). Foi definido na disputa como "o candidato do Bolsonaro".
A deputada estadual Adriana Accorsi (PT), que ficou em terceiro lugar no primeiro turno, anunciou apoiar Maguito. "Não posso votar em candidato que defende os ideais de Bolsonaro. Além disso, Vanderlan Cardoso tem se mostrado uma pessoa cruel e desumana", escreveu em suas redes sociais.
Gustavo Gayer (DC) decidiu ficar neutro. "Considero os dois igualmente ruins", declarou ele.
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