Covas diz que acionou controladoria para investigar distribuição de cestas
Candidato à reeleição em São Paulo, o prefeito Bruno Covas (PSDB) afirmou hoje que acionou a Controladoria Geral do Município para investigar a distribuição de cestas básicas na Brasilândia na quinta-feira de manhã. A declaração ocorreu na manhã desta sexta durante evento de campanha na zona Oeste. A situação gerou suspeita de compra de votos.
Com base em um vídeo que viralizou na internet, Guilherme Boulos (PSOL) entrou na Justiça Eleitoral acusando o adversário de abuso de poder político "em prol da promoção do candidato à reeleição". Caso Covas seja condenado, a chapa pode ser cassada e ele ficar inelegível.
O prefeito refutou qualquer suspeita e disse que não usa deste tipo artifício. Ele lembrou que a entrega de cestas básicas faz parte do Cidade Solidária, programa de assistência social com atuação durante a pandemia.
"Mais de 2 milhões de cestas básicas já foram distribuídas pelo Cidade Solidária. Em nenhum momento a campanha se utilizou deste tipo de distribuição. Já determinei a controladoria [Geral do Município] que investigue o que aconteceu ali na Brasilândia, quem são os responsáveis. Mas não tem nenhuma ação da campanha utilizando estes 2 milhões de cestas básicas que foram distribuídas aqui na cidade de São Paulo neste momento de pandemia."
Sobre a ação, Covas declarou que o ônus da prova cabe ao acusador. Ele acrescentou que cerca de 40 mil cestas foram entregues por entidades ligadas ao MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto). A entidade é ligada a Boulos e o candidato Covas afirmou que mesmo assim não fez qualquer ilação.
"Mais de 40 mil cestas foram distribuídas por entidades ligadas ao MTST. Em nenhum momento eu fiz qualquer tipo de ilação que isto beneficia A, B ou C. O ônus da prova cabe a quem acusa."
Entrega de cestas ocorreu na quinta
O caso veio à tona ontem, quando um vídeo viralizou na internet mostrando a entrega de cestas básicas na localidade do Morro Grande, na Brasilândia. Um homem que não quis se identificar filmou pessoas na fila recebendo cestas básicas enquanto um carro tocava o jingle da campanha de Covas e outro veículo cobria o capô com o número do partido do prefeito.
O homem conversou com o UOL e disse que não tem certeza sobre a prática de compra de votos. Mas ele ressaltou que considera a situação muito estranha. O autor da gravação não quis se identificar por medo de represálias.
Pessoas que moram no local contaram que no local da entrega das cestas funciona uma instituição que entrega leite todas as terças e quintas-feiras. Elas declararam que o projeto existe há anos. Ninguém confirmou a tese de compra de votos.
O nome da entidade é Mosobe (Movimento Social Beneficente). O diretor-secretário, Emilson Almeida da Silva, refutou qualquer vínculo com a campanha de Covas. Ele disse que os carros que aparecem no vídeo passaram pela rua onde ocorria a distribuição das cestas e foi pedido que se afastassem.
Vínculo com o PSDB
Apesar de nega o caráter eleitoral da entrega das cestas, Silva tem ligação com o PSDB. Ele é filiado e já foi diretor zonal da Brasilândia. A presidente do Mosobe está licenciada, mas também tem vínculo com o PSDB.
Ela foi auxiliar parlamentar na Assembleia Legislativa de São Paulo do ex-deputado estadual Celino Cardoso, que é filiado ao PSDB. Ele é descrito na legenda de uma foto publicada no perfil do Mosobe no Facebook como "líder e parceiro".
A Campanha de Covas nega a acusação e classifica o fato como fake news. A Prefeitura também refuta a suspeita e divulgou informando que a distribuição das cestas faz parte do Cidade Solidária.
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