Analistas esperam novo momento com Paes, mas problemas com governo federal
O Rio de Janeiro terá novamente Eduardo Paes (DEM) no comando da prefeitura municipal após a vitória deste domingo (29) sobre o atual mandatário Marcelo Crivella (Republicanos).
Com 100% das urnas apuradas, Eduardo Paes ficou com 64,07% dos votos contra 35,93% de Crivella.
Os colunistas do UOL analisaram o retorno de Paes ao cargo e alertaram sobre possíveis problemas no relacionamento com o governo federal. Ao comentar a vitória, Paes afirmou que chamará Rodrigo Maia, presidente da Câmara Federal, para ajudar na conversa com o governo federal para buscar mais recursos.
Tales Faria vê problemas nesta iniciativa já que a relação de Maia e Bolsonaro não é das melhores e pelo fato de o Democratas aparecer como adversário nas eleições de 2022.
"Isso vai ser uma encrenca danada. O Rodrigo Maia vive às turras com Bolsonaro e o Rodrigo Maia quer eleger o próximo presidente da Câmara, se não for ele próprio. Para conseguir o apoio do Bolsonaro ao aliado dele no Rio de Janeiro, Eduardo Paes, Rodrigo Maia vai ter que abrir mão de alguma coisa lá, vai ter que fazer as pazes com o Bolsonaro, aceitar que o Bolsonaro escolha o presidente da Câmara", analisou Tales.
O colunista completou ao reforçar que o partido de Paes e Maia deverão ser concorrentes de Bolsonaro nas eleições para presidente daqui dois anos. "Muito embora fosse esperado que o Paes como prefeito procurasse ter uma boa relação com o governo federal até pelo menos as proximidades das eleições de 2022, quando, aparentemente, o DEM apoiará outro candidato que não o Bolsonaro. Esse primeiro discurso do Paes aponta para um problema grande pela frente para o Rodrigo Maia", afirmou.
Para Chico Alves, também colunista do UOL, afirmou que a cidade do Rio de Janeiro passará por uma grande mudança quando analisada a atuação do governo municipal no combate à pandemia do novo coronavírus.
"Pelo que a gente viu nas primeiras palavras do novo prefeito, ele vai lidar com o combate à pandemia com mais realismo, vai fazer política. A pena é que o Eduardo Paes só assume em janeiro, então a gente tem mais um mês e meio aí de uma gestão da pandemia muito errática e que pode resultar em mais mortes", afirmou Chico.
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