Seis vezes em que candidatos discutiram com jornalistas durante entrevistas
O recente episódio de discussão entre o candidato do PDT à Presidência, Ciro Gomes, e jornalistas no programa Roda Viva, da TV Cultura, fez relembrar outras seis vezes que candidatos a cargos públicos protagonizaram bate bocas ao vivo com entrevistadores e repórteres.
No caso de Ciro, a discussão teve início após o ex-ministro ser questionado pelo jornalista Flávio Costa sobre o discurso de pacto nacional e plebiscito após seis meses no cargo. Mas, quando o candidato começa a responder, é interrompido pela apresentadora Vera Magalhães e perde a paciência.
Neste ano, Alexandre Kalil (PSD) se irritou com pergunta sobre dívida e disse que jogaria entrevistador 'pela janela'. Candidato ao governo de Minas Gerais nas eleições de 2022, o ex-prefeito de Belo Horizonte ficou irritado com questionamento sobre suas antigas empresas.
A discussão ocorreu em Capelinha, no Vale do Jequitinhonha, durante participação no podcast TVC. Kalil chamou o entrevistador conhecido como DJ Veneno de "moleque", "merdinha" e "banana" e disse que seria mais fácil "jogá-lo pela janela" do que fugir das perguntas.
O pré-candidato reclamou que esse assunto já havia aparecido em 2016, durante campanha eleitoral, e perguntou ao entrevistador: "O senhor está aqui para debater minha vida pessoal ou para debater a prefeitura?", questionou Kalil. Ao que DJ Veneno respondeu: "Acha que eu tenho que escolher um representante meu e não saber da vida dele?".
Em 2018, Jair Bolsonaro descumpriu regras da entrevista e bateu boca com a jornalista Renata Vasconcellos, do Jornal Nacional. Na ocasião como candidato à Presidência da República, o então deputado respondeu a perguntas de William Bonner e Renata Vasconcellos, mas também questionou o salário da apresentadora, quando respondia um questionamento sobre o que faria para reduzir a desigualdade salarial entre homens e mulher no Brasil.
"Eu estou vendo aqui uma senhora e um senhor, eu não sei ao certo, mas com toda certeza há uma diferença salarial aqui, parece que é muito maior para ele do que para a senhora. São cargos semelhantes, semelhantes, são iguais...", disse o então candidato.
Bolsonaro foi interrompido por Renata, que rebateu: "(...) O meu salário não diz respeito a ninguém. E eu posso garantir ao senhor, como mulher, que eu jamais aceitaria receber um salário menor de um homem que exercesse as mesmas funções e atribuições que eu."
Em 1994, o então candidato à Presidência da República pelo PMDB, Orestes Quércia, reagiu e bateu boca no Roda Viva. O político teve uma discussão com o jornalista Rui Xavier, à época coordenador de política do jornal O Estado de S. Paulo, e xingou Júlio de Mesquita Neto, diretor do jornal - que não estava presente. Tudo começou com uma pergunta sobre a origem de seu patrimônio pessoal.
Uma reportagem do jornal Folha de S. Paulo da época ressaltou que Quércia chamou Xavier de "canalha" 10 vezes, e outras 14 vezes o xingou de "safado". O jornalista retribuiu as acusações.
Candidato ao Senado pelo Acre trocou socos com jornalista durante entrevista em 2010. O ex-deputado federal João Correia (PMDB) brigou ao vivo com o jornalista Demóstenes Nascimento, da TV5, emissora afiliada à rede Bandeirantes. O político, envolvido na CPI dos Sanguessugas, disse que as perguntas tinham o objetivo de desmoralizá-lo. Após um bate-boca, a emissora interrompeu a exibição da entrevista mas, fora do ar, João Correia e Nascimento trocaram socos e pontapés.
Nas últimas eleições municipais, o então prefeito de São Paulo Bruno Covas discutiu com repórter para defender Ricardo Nunes. O tucano, se exaltou com jornalistas durante sabatina realizada na Rádio CBN enquanto falava sobre a necessidade de ter mais representatividade feminina na gestão, e foi perguntado sobre por que não escolheu uma mulher para ser candidata a vice-prefeita, e então começou a defender Ricardo.
"Não sei quem apostou que minha vice seria uma mulher. Eu até queria. Mas eu escolhi um representante que representasse os dez partidos que me apoiaram desde o 1º turno", afirmou o prefeito.
Leonel Brizola (PDT) deu uma resposta atravessada a uma jornalista durante a campanha para as eleições de 1989. Quando a repórter Denise Abraham, do SBT, perguntou a ele sobre a saída do Brasil rumo ao exílio no Uruguai, porque à época adversários políticos disseram que ele deixou o país vestido de mulher, Brizola reagiu agressivo e disse que havia usado as calcinhas da jornalista: "Tu me emprestaste as tuas calcinhas e eu saí com elas."
A resposta rendeu manchetes de jornais da época, mas não rendeu repercussão positiva ou negativa a Brizola, que terminou as eleições de 1989 em terceiro lugar, com 16,51% de votos, atrás de Fernando Collor (PRN) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT). No segundo turno, o ex-governador de Alagoas se tornou o primeiro presidente eleito diretamente após a redemocratização.
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