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CEO da Quaest: Caminhamos para 2º turno; voto do eleitor de Ciro é decisivo

Colaboração para o UOL, em São Paulo

17/08/2022 14h15

O CEO da Quaest, Felipe Nunes, participou hoje do UOL News e comentou os últimos resultados da pesquisa da Quaest Consultoria, contratada pela Genial Investimentos. A pesquisa apontou para uma manutenção de 12 pontos de diferença entre Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL), e também indicou uma possibilidade de vitória do petista ainda no 1º turno. Embora a possibilidade exista, Nunes acredita que a eleição terá 2º turno e também apontou a importância dos votos dos eleitores de Ciro Gomes (PDT) para essa decisão.

"Quando analiso esses dados, olho não só para o placar eleitoral, mas para como o jogo está sendo jogado. Acho que caminhamos para uma diminuição das chances de uma decisão no 1º turno. É bom lembrar que só Fernando Henrique Cardoso venceu eleição no 1º turno no Brasil nos longevos anos de 94 e 98. Mesmo o Lula, no alto da popularidade, não conseguiu vencer. Então, olhando para os números, mas fazendo uma análise também histórica das eleições no Brasil, apostaria que estamos caminhando para uma eleição de 2º turno", disse durante entrevista ao UOL News.

O candidato Ciro Gomes apareceu em terceiro lugar na pesquisa de intenções de voto, com 6%, e o CEO da Quaest também chamou a atenção para a importância que esses eleitores do pedetista podem ter na disputa eleitoral.

"Se houver uma chance real de Lula vencer no 1º turno, o eleitor do Ciro tem incentivos para fazer essa migração de voto, mas acho que o eleitor do Ciro vai ser mais importante no 2º turno do que no 1º. A tendência é que no 2º turno a distância entre Lula e Bolsonaro seja ainda maior do que está no 1º, mostrando que o eleitor do Ciro está migrando para Lula nesta segunda rodada da eleição", completou.

Ainda sobre o resultado da pesquisa, Nunes destacou que o pacote de auxílios do Governo Federal acabou não tendo um efeito muito positivo para Bolsonaro nas intenções de voto. Ele afirma que uma mudança no ambiente econômico como um todo pode sim ter impacto nas intenções de voto, mas medidas apenas pontuais não.

"Um percentual enorme de 62% diz que as pessoas acreditam que essas medidas são muito mais eleitoreiras do que propriamente altruístas, e esse dado é importante porque isso pode ser o que está freando o crescimento de Bolsonaro por conta dessas medidas. Apostar que o auxílio por si só resolve um problema é ingênuo, o que realmente faz as pessoas votarem para reeleger o presidente é o ambiente econômico".

Por fim, ele ainda pontuou que a diminuição da vantagem de Lula em relação a Bolsonaro, se comparadas as primeiras pesquisas eleitorais, se divide em fatores políticos e também sociológicos. Em um primeiro momento, entre os meses de março e abril, o efeito político pelas desistências de Sergio Moro (União Brasi) e João Dória em concorrer à presidência foi responsável por uma primeira diminuição. Já em um segundo momento, a própria mudança de comportamento das pessoas causou um achatamento da diferença entre os dois candidatos.

"A aproximação de Lula e Bolsonaro nas últimas quatro pesquisas é um efeito sociológico. (...) nos últimos quatro meses vimos um aumento considerável do voto evangélico em Bolsonaro. Embora o quadro geral tenha ficado estável e variando na margem de erro, a distância de Lula e Bolsonaro nos evangélicos está aumentando, sugerindo que a ofensiva feita pelo presidente começa a dar resultados. A grande movimentação social até agora tem sido a movimentação nos evangélicos", finaliza.

Veja a entrevista completa e notícias do dia no UOL News: