MP Eleitoral pede impugnação da candidatura de Witzel ao governo do Rio
O MPE (Ministério Público Eleitoral) pediu à Justiça Eleitoral a impugnação da candidatura do ex-governador Wilson Witzel (PMB) ao governo do Rio de Janeiro e que ele seja proibido de utilizar recursos públicos dos fundos eleitoral e partidário.
No pedido de indeferimento encaminhado ao TRE-RJ (Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro), o MPE diz que o PMB sabia que Witzel está com os direitos políticos suspensos, mas, mesmo assim, escolheu o ex-governador como o nome do partido para o Palácio Guanabara.
Em abril do ano passado, Witzel foi condenado pelo Tribunal Especial Misto por crime de responsabilidade e perdeu o mandato de governador do Rio. Na ocasião, os membros do tribunal também decidiram que ele não poderia exercer qualquer função pública pelo período de cinco anos.
"A condenação imposta a Wilson José Witzel o restringe de exercer seus direitos políticos passivos e qualquer outro cargo público, ainda que não seja de natureza política, como é o caso daqueles providos por concurso público", afirmam os procuradores regionais eleitorais Neide Cardoso de Oliveira e Flávio Paixão.
Segundo o MPE, a proibição do uso de recursos públicos se faz necessária diante do "iminente" gasto de R$ 26,7 milhões pela campanha de Witzel. Por isso, os procuradores afirmam que essa proibição deve ser feita antes do julgamento da impugnação.
O MPE ainda pede que o ex-governador não possa utilizar recursos arrecadados por meio de doações de pessoas físicas.
O valor de R$ 26,7 milhões é a quantia que Witzel estaria autorizado a utilizar nas eleições deste ano. O montante é dividido entre R$ 17,8 milhões para gastos no primeiro e R$ 8,9 milhões que poderiam ser gastos caso o ex-governador avance para o segundo turno. Segundo pesquisa Datafolha para o governo do Rio para divulgada ontem, Witzel tem 4% das intenções de voto.
Em publicação no Twitter, Witzel disse que "nada consta" contra ele para que sua candidatura seja impugnada.
Witzel aposta na esposa para deputada federal
Com os direitos políticos perdidos, Witzel aposta na esposa e na sogra como nomes para estas eleições. Levando o sobrenome Witzel, Helena, ex-primeira dama, concorrerá a deputada federal, e sua mãe, Arlete, a deputada estadual.
A esposa é investigada na Operação Placebo, que apura irregularidades na construção de hospitais de campanha durante a pandemia de covid-19 na gestão de Witzel.
Segundo as investigações, Helena teria recebido R$ 280 mil do Hospital Jardim Amália por serviços como advogada, mas a quebra de sigilo não mostrou evidências de sua atuação de fato. A suspeita é de que o escritório de advocacia dela tenha recebido dinheiro pago por fornecedores que fraudaram contratos firmados com o Rio de Janeiro.
Na prestação de contas, Arlete Witzel não cadastrou bens. Já sua filha, registrou R$ 5 mil em uma sala.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.