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Ciro desvia de pergunta sobre segurança no Ceará e culpa governo federal

23.ago.2022 - O presidenciável Ciro Gomes (PDT) durante entrevista no Jornal Nacional, da TV Globo - Reprodução/TV Globo
23.ago.2022 - O presidenciável Ciro Gomes (PDT) durante entrevista no Jornal Nacional, da TV Globo Imagem: Reprodução/TV Globo

Do UOL, em São Paulo

23/08/2022 21h43Atualizada em 24/08/2022 00h27

O presidenciável Ciro Gomes (PDT) desviou de uma pergunta no Jornal Nacional, da Rede Globo, sobre segurança do Ceará. Apesar de ter governado o estado apenas uma vez, de 1991 a 1994, Ciro continuou influente na região com os mandatos do irmão Cid Gomes (PDT), do ex-aliado Camilo Santana (PT) e da atual governadora Izolda Cela (agora sem partido), antes do rompimento dela com o partido dele.

Na pergunta, a jornalista Renata Vasconcellos citou que o próprio candidato já disse que "seu grupo político já tentou de tudo com relação à segurança pública em 15 anos no estado" e que já declarou que "lamentava que infelizmente uma parte da polícia sempre acaba conivente com o crime". Ao responder, o candidato à Presidência afirmou que a responsabilidade não é do governo local.

É preciso que o combate a essa figura seja feita de fora para dentro, com o governo federal e a partir de uma outra ferramentaria, inteligência, tecnologia, e aparato."

O ex-governador afirmou que esse problema ocorre em todo o país, citando que "o enfrentamento das facções criminosas que hoje dominam a periferia de todas as grande cidades brasileiras e das milícias que a partir do Rio [de Janeiro] começam também a se sediar e até a evoluir para lavar dinheiro e entrar na política não serão enfrentadas localmente".

Segundo Ciro, resolver a alta criminalidade não é uma questão fácil por se tratar de pessoas e trabalhadores como policiais, "cuja família mora na periferia, e se ele não acertar algum pacto de sobrevivência dele e sua família naquela circunstância dominada pelo terrorismo da facção criminosa, é muito improvável que ele consiga sobreviver".

Ele ainda disse que o governo atual "não usa a ferramentaria necessária" e que o orçamento para segurança é baixo. "Se o governo federal não assumir para si a tarefa inteirinha de investigar, prender, fazer a representação no Ministério Público, julgar e aprisionar, isolando a comunicação das cabeças das facções criminosas, nenhum estado será capaz de resolver isso."

  • Este ano, o Ceará foi apontado como o segundo estado com mais mortes violentas, segundo a pesquisa Segurança Pública do Núcleo de Estudos da Violência da USP (Universidade de São Paulo), atrás apenas do Amazonas.
  • O estado cearense também abriga São João do Jaguaribe, a cidade mais violenta do país, conforme indicou o Anuário Brasileiro de Segurança Pública.

Na entrevista, que durou 40 minutos, Ciro Gomes ainda falou sobre a realização de plebiscitos para resolver impasses com o Congresso e disse que o atual modelo de coalização partidária no país é "certeza de crise eterna". Ele ainda criticou a "polarização odiosa" entre Jair Bolsonaro (PL) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT), seus adversários.