Ciro elogia Doria ao criticar postura genocida de Bolsonaro na pandemia
Ao criticar a postura do governo do presidente Jair Bolsonaro (PL) na pandemia da covid-19, o presidenciável Ciro Gomes (PDT) homenageou o ex-governador de São Paulo João Doria (PSDB) por agilizar o acesso às vacinas contra a doença e por ter aberto mão da candidatura tucana à Presidência. A fala ocorreu na entrevista do candidato ao Jornal Nacional, da Rede Globo.
Foi o comportamento genocida, uma palavra ruim, dura, o comportamento anticiência, o adiamento eterno por politicagem barata na questão das vacinas, dizendo em janeiro nós vacinamos. Nós vacinamos porque o governador de São Paulo transformou isso na sua principal ferramenta."
O presidenciável, então, disse que fazia ali "uma homenagem ao João Doria" e que ele próprio "sobrevive" na corrida eleitoral "porque grandes brasileiros claudicaram do caminho da campanha" —o ex-governador retirou sua candidatura ao Planalto em maio.
Ainda em tom crítico, o político do PDT disse que o eleitorado recorre ao voto no ex-presidente Lula porque deseja a saída do presidente Bolsonaro —mas "esqueceram que amanhã tem o Brasil para governar".
[Existe] uma grande massa de brasileiros que são frustrados pela enganação do Bolsonaro, mas não querem voltar ao Lula e ao PT", afirmou.
Nesta terça (23), o Brasil alcançou a marca de 169,9 milhões de pessoas que completaram a vacinação contra a covid-19. Ao todo, 169.905.342 pessoas tomaram a segunda dose ou a dose única de imunizante, o equivalente a 79,09% da população do país.
Já a média móvel de mortes causadas pelo coronavírus no Brasil ficou em 159, chegando ao quinto dia consecutivo em tendência de queda. Nas últimas 24 horas foram registrados 195 novos óbitos. O Brasil teve 682.941 óbitos causados pela doença desde o início da pandemia. Os dados são do consórcio de veículos de imprensa, do qual o UOL faz parte.
Alternativa a Lula e Bolsonaro
Ciro vem tentando se colocar como uma força política alternativa na disputa contra Lula e Bolsonaro. Mas as pesquisas indicam que ele está bem atrás dos dois concorrentes —geralmente figurando em situação de empate com a candidata da terceira via, Simone Tebet.
Na entrevista ao Jornal Nacional, Ciro disse que desde 2018 combate a polarização.
Estou tentando mostrar ao pobre brasileiro que essa polarização odienta, que eu não ajudei a construir. Pelo contrário, eu estava lá em 2018 tentando advertir que as pessoas não podiam usar a promessa enganosa do Bolsonaro para repudiar a corrupção generalizada e o colapso econômico gravíssimo que foram produzidos pelo PT."
As pesquisas de intenção de voto mostram Ciro ocupando o terceiro lugar ou empatando tecnicamente com Tebet. No levantamento Datafolha da semana passada, o candidato do PDT teve 7% das intenções de voto, atrás de Lula e Bolsonaro, e foi seguido pela senadora, com 2%.
Já na sondagem da Quaest de agosto, Ciro, com 6%, teve empate técnico com Tebet, que ficou com 3%. A margem de erro era de dois pontos percentuais para mais ou para menos.
Na entrevista, que durou 40 minutos, Ciro Gomes ainda falou sobre a realização de plebiscitos para resolver impasses com o Congresso e disse que o atual modelo de coalização partidária no país é "certeza de crise eterna".
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