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Bombig: Moro precisa de eleitor de Bolsonaro; imagem de traidor dificulta

Colaboração para o UOL, em Brasília

24/08/2022 12h54

O colunista do UOL Alberto Bombig afirmou hoje que a imagem de traidor associada a Sergio Moro (União Brasil-PR) por eleitores de seu padrinho político Alvaro Dias (Podemos-PR) pode dificultar sua eleição ao Senado pelo Paraná.

"A situação dele é bem complicada. Vimos vários casos de políticos que viraram as costas para o padrinho e acabaram se dando mal. Mas Moro é um nome muito conhecido, Paraná é um Estado conservador. O eleitor tem uma tendência a jogar o Senado por último. Acho que, nesse caso, a campanha pode ser decisiva."

Pesquisa Ipec aponta Dias como líder na disputa pelo Senado no estado, com 35% das intenções de voto. Moro aparece em segundo lugar, com 24%. O resultado é da sondagem estimulada --quando os entrevistados recebem uma lista prévia de candidatos. O Podemos foi o primeiro partido ao qual Moro se filiou após deixar o Ministério da Justiça. O ingresso ocorreu devido a uma articulação de Dias, mas o ex-ministro deixou a legenda em março deste ano para entrar no União Brasil. À época, o Podemos disse que soube da saída pela imprensa. Hoje, Moro e Dias são adversários.

Essa foi a primeira pesquisa do Ipec no Paraná. O levantamento ouviu 1.200 pessoas em entrevistas face a face entre os dias 16 e 22 de agosto. O nível de confiança é de 95%, segundo o instituto, e o custo foi de R$ 100.800,00.

Moro fica cada vez menor, diz Josias sobre resultado de pesquisa

O colunista do UOL Josias de Souza afirmou que a pesquisa sobre a disputa ao Senado do Paraná mostra que Alvaro Dias tem prestígio no Paraná. "Foi ele que convenceu Moro a entrar na política. E Moro, desde que entrou, não podendo elevar a própria estatura, ele tem reduzido o pé direito de seu projeto político. Era candidato a presidente, depois, se tornou candidato ao Legislativo pelo Estado de São Paulo. Voltou para o Paraná e se tornou candidato ao Senado numa coligação que tem cheiro de Bolsonaro", afirmou.

Segundo análise do colunista, se sair derrotado da campanha para o Senado, o prestígio do ex-juiz vai ser menor do que quando ele entrou na vida política. "Moro vai diminuindo, ficando cada vez menor. Se ele sai dessa campanha perdendo a cadeira para o Senado, o prestígio de Sergio Moro vai caber numa caixa de fósforos."

Na avaliação de Bombig, Sergio Moro deve evitar atacar o presidente Jair Bolsonaro (PL) a fim de atrair eleitores conservadores para sua base. "Ele acusou o presidente de interferência da Polícia Federal. O presidente já falou cobras e lagartos dele também", disse.

Em propaganda partidária disseminada nas redes sociais e grupos de mensagens, Sergio Moro diz que nunca estará ao lado de Lula. "Jamais. Isso é impossível. Eu decretei a prisão do Lula, eu desmontei o esquema de corrupção do PT."

Em relação a Jair Bolsonaro, o ex-ministro da Justiça, que já foi tachado de traidor, sinaliza um possível apoio: "Em relação ao Bolsonaro, uma coisa eu posso te dizer. Nós temos o mesmo adversário."

Pesquisa Ipec: Bolsonaro (41%) e Lula (35%) têm empate técnico entre eleitores do Paraná

Pesquisa Ipec aponta Bolsonaro com 41% das intenções de voto entre eleitores no Paraná, enquanto o ex-presidente Lula tem 35% no estado. Bolsonaro e Lula estão tecnicamente empatados no limite da margem de erro, que é de três pontos percentuais para mais ou para menos. Esses números são referentes ao levantamento estimulado —quando os entrevistados recebem uma lista prévia de candidatos. O ex-ministro Ciro Gomes (PDT) registrou 7%, enquanto a senadora Simone Tebet (MDB) registrou 2%, entre os paranaenses. Considerando a margem de erro, os dois estão tecnicamente empatados.

Na avaliação de Bombig, os resultados confirmam as expectativas das campanhas de Lula e de Bolsonaro. "Há pessoas mais realistas na campanha de Lula que acham difícil uma vitória dele nos Estados do Sul: Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná. E, na do Bolsonaro, eles dão como certo... Inclusive, ele precisa vencer no Sul para ter alguma chance. Lula vai ter que dar uma reforçada na campanha dele no Sul. Se Bolsonaro abrir vantagem muito grande no Sul, acho que a eleição que está hoje desequilibrada tende a ter mais equilíbrio."

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